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"Não tenho medo, faço a minha parte"
da Reportagem Local
A empresária Miriam Montemagni Almeida, 32, é dona da
Treinasoft, uma escola de informática em Santana (zona
norte de SP) onde Júnior estuda computação. A escola têm
abertas três bolsas para ex-internos da Febem.
"Eu me dei conta que não é só
dando dinheiro que a gente pode ajudar", diz Miriam, que
controla de perto o horário e a
frequência dos meninos. "Dou
o que posso e sei que o destino.
Não é como dinheiro, que a
gente sempre tem receio de que
seja desviado do objetivo."
A escola tem uma única exigência: que os alunos tenham
cursado pelo menos até a 6ª série. "Quero evitar frustrações.
Com menos escolaridade, eles
vão ter dificuldade e podem
achar que não vão conseguir
vencer. Não quero isso."
A empresária admite que pode se enganar com algum falso
recuperado, mas afirma que o
histórico dos garotos não a assusta. "Não tenho medo, faço a
minha parte. Claro que posso
me enganar, mas prefiro assumir o risco a me omitir e negar
ajuda por medo."
No caso de Júnior, diz Miriam, ela já acha que valeu a pena.
(SC)
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