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Mecânico não tem habilitação
da Reportagem Local
Os "rachadores" do posto no
Itaim Bibi não são apenas jovens
com carros importados.
Siri, 28, morador do Butantã
(zona sudoeste), era motoboy.
Hoje, conserta motos.
De quinta a sábado, vai ao
"point". "É mais para olhar", diz.
Mas, antes de ir embora, escolhe
alguém para disputar um racha.
Ele ainda não tem carteira de
habilitação, mas possui um Passat
77, com turbo de 2 kg de pressão
(equipamento que aumenta a potência do motor), especialmente
para correr na rua.
"Esse carro eu comprei para
perder o trauma." O acidente a
que ele se refere ocorreu há 11
anos, duas semanas antes de Siri
completar 18. De lá para cá, já se
envolveu em mais dois acidentes.
Siri tinha um Landau e, durante
um racha em Osasco (Grande
SP), bateu em uma casa. "Não deu
problema porque era de um colega do meu pai. Ele amenizou."
Seu pai, um caminhoneiro, ficou bravo. Não porque ele estava
disputando um racha, mas porque bateu o carro. "Meu pai também dá umas aceleradas. É de
sangue. Ele até delirou quando
comprei o Passat", afirma.
O mecânico diz que nunca teve
problemas com a polícia. Em
2001, quer se tornar investigador.Siri diz não ter medo de morrer "acelerando". "Se for de moto
ou de carro, eu morro satisfeito."
Sobre a chance de envolver outras pessoas em um acidente, ele
diz: "Acontece. Se a gente for pensar em tudo, não sai de casa."
(AI)
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