São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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Mecânico não tem habilitação

da Reportagem Local

Os "rachadores" do posto no Itaim Bibi não são apenas jovens com carros importados.
Siri, 28, morador do Butantã (zona sudoeste), era motoboy. Hoje, conserta motos.
De quinta a sábado, vai ao "point". "É mais para olhar", diz. Mas, antes de ir embora, escolhe alguém para disputar um racha.
Ele ainda não tem carteira de habilitação, mas possui um Passat 77, com turbo de 2 kg de pressão (equipamento que aumenta a potência do motor), especialmente para correr na rua.
"Esse carro eu comprei para perder o trauma." O acidente a que ele se refere ocorreu há 11 anos, duas semanas antes de Siri completar 18. De lá para cá, já se envolveu em mais dois acidentes.
Siri tinha um Landau e, durante um racha em Osasco (Grande SP), bateu em uma casa. "Não deu problema porque era de um colega do meu pai. Ele amenizou."
Seu pai, um caminhoneiro, ficou bravo. Não porque ele estava disputando um racha, mas porque bateu o carro. "Meu pai também dá umas aceleradas. É de sangue. Ele até delirou quando comprei o Passat", afirma.
O mecânico diz que nunca teve problemas com a polícia. Em 2001, quer se tornar investigador.Siri diz não ter medo de morrer "acelerando". "Se for de moto ou de carro, eu morro satisfeito."
Sobre a chance de envolver outras pessoas em um acidente, ele diz: "Acontece. Se a gente for pensar em tudo, não sai de casa." (AI)

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