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RÉVEILLON
Preços estão caindo, mas ainda sobram vagas em hotéis e apartamentos; custo de pacote chega a R$ 19 mil
Preço elevado faz turista "fugir" do Rio
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
Lugar não falta. O que parece estar faltando é dinheiro. A pouco
mais de um mês do "réveillon do
milênio", hotéis e corretoras de
imóveis ainda têm muitos lugares
disponíveis para quem quiser
passar a noite de 31 de dezembro
no Rio.
O motivo principal: os altos preços estão assustando os interessados no réveillon carioca.
Por um conjugado em Copacabana, com 30 metros quadrados e
sem vista para o mar, há quem peça, por exemplo, US$ 1.000 (cerca
de R$ 2.000), pagos em dólar, por
um período de dez dias.
Um pacote de cinco dias em
uma suíte executiva de frente para
o mar em um hotel cinco estrelas
na orla de Copacabana chega a R$
19 mil. Os mesmos cinco dias em
um hotel três estrelas, em um
apartamento de fundos, custam
R$ 4.800.
"Tenho vários apartamentos
para alugar. Estou com excesso. Já
recomendei aos clientes que diminuam os preços pedidos, mas
há muita ganância", diz a corretora Edna Bicalho, especializada no
aluguel de apartamentos e flats de
temporada.
A corretora já conseguiu que alguns de seus clientes baixassem
em até 50% -em dólar- os preços pedidos pelos aluguéis. Mesmo assim, ainda tem disponíveis
para aluguel oito apartamentos
na avenida Atlântica.
De acordo com Francisco Grabowsky, vice-presidente da
ABIH/RJ (Associação Brasileira
da Indústria de Hotéis), a taxa de
reservas para o período do réveillon nos hotéis da orla está entre
65% e 70%. O índice é superior ao
do mesmo período do ano passado, mas inferior ao que se esperava para o réveillon do ano 2000.
Ainda há lugar, diz Grabowsky,
mas quase não há mais apartamentos de frente para o mar disponíveis.
"Os turistas têm a idéia distorcida de que o melhor lugar para ver
a festa é na janela do quarto, mas
o importante é estar na rua, na
praia, e não no hotel. Por isso, vale
a pena alugar um apartamento de
fundos", diz o vice-presidente da
ABIH.
Edna Bicalho diz que os preços
subiram muito em relação aos cobrados ano passado. Agora, começam a cair um pouco. Por um
apartamento de três quartos na
avenida Atlântica, estavam sendo
pedidos US$ 17 mil (o equivalente
a R$ 34 mil). O preço já caiu para
US$ 10 mil (R$ 20 mil), mas o
imóvel continua sem pretendentes. No ano passado, o mesmo
apartamento foi alugado por R$
5.000.
Por uma cobertura na mesma
avenida estão sendo pedidos, apenas para a noite de réveillon, US$
35 mil (R$ 70 mil, o preço de um
apartamento de quarta e sala em
Botafogo, bairro menos nobre da
zona sul), US$ 5 mil a menos do
que estava sendo pedido mês passado.
Grabowsky reconhece ter havido um aumento do valor das diárias dos hotéis cariocas, mas diz
que isso aconteceu porque os hotéis se prepararam muito para a
virada do ano. Só com a tradicional queima de fogos, diz o vice-presidente da ABIH, serão gastos
US$ 600 mil (R$ 1,2 milhão)
-metade custeada pela associação.
"Reformas foram feitas, roupas
de cama e banho novas foram
compradas. Além disso, muitos
hotéis preparam brindes especiais
para os hóspedes, como camisetas comemorativas, garrafas de
champanhe e outras coisas. O
hóspede vai pagar mais, mas vai
perceber que valeu a pena", afirma Grabowsky.
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