São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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RÉVEILLON
Preços estão caindo, mas ainda sobram vagas em hotéis e apartamentos; custo de pacote chega a R$ 19 mil
Preço elevado faz turista "fugir" do Rio

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Lugar não falta. O que parece estar faltando é dinheiro. A pouco mais de um mês do "réveillon do milênio", hotéis e corretoras de imóveis ainda têm muitos lugares disponíveis para quem quiser passar a noite de 31 de dezembro no Rio.
O motivo principal: os altos preços estão assustando os interessados no réveillon carioca.
Por um conjugado em Copacabana, com 30 metros quadrados e sem vista para o mar, há quem peça, por exemplo, US$ 1.000 (cerca de R$ 2.000), pagos em dólar, por um período de dez dias.
Um pacote de cinco dias em uma suíte executiva de frente para o mar em um hotel cinco estrelas na orla de Copacabana chega a R$ 19 mil. Os mesmos cinco dias em um hotel três estrelas, em um apartamento de fundos, custam R$ 4.800.
"Tenho vários apartamentos para alugar. Estou com excesso. Já recomendei aos clientes que diminuam os preços pedidos, mas há muita ganância", diz a corretora Edna Bicalho, especializada no aluguel de apartamentos e flats de temporada.
A corretora já conseguiu que alguns de seus clientes baixassem em até 50% -em dólar- os preços pedidos pelos aluguéis. Mesmo assim, ainda tem disponíveis para aluguel oito apartamentos na avenida Atlântica.
De acordo com Francisco Grabowsky, vice-presidente da ABIH/RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), a taxa de reservas para o período do réveillon nos hotéis da orla está entre 65% e 70%. O índice é superior ao do mesmo período do ano passado, mas inferior ao que se esperava para o réveillon do ano 2000.
Ainda há lugar, diz Grabowsky, mas quase não há mais apartamentos de frente para o mar disponíveis.
"Os turistas têm a idéia distorcida de que o melhor lugar para ver a festa é na janela do quarto, mas o importante é estar na rua, na praia, e não no hotel. Por isso, vale a pena alugar um apartamento de fundos", diz o vice-presidente da ABIH.
Edna Bicalho diz que os preços subiram muito em relação aos cobrados ano passado. Agora, começam a cair um pouco. Por um apartamento de três quartos na avenida Atlântica, estavam sendo pedidos US$ 17 mil (o equivalente a R$ 34 mil). O preço já caiu para US$ 10 mil (R$ 20 mil), mas o imóvel continua sem pretendentes. No ano passado, o mesmo apartamento foi alugado por R$ 5.000.
Por uma cobertura na mesma avenida estão sendo pedidos, apenas para a noite de réveillon, US$ 35 mil (R$ 70 mil, o preço de um apartamento de quarta e sala em Botafogo, bairro menos nobre da zona sul), US$ 5 mil a menos do que estava sendo pedido mês passado.
Grabowsky reconhece ter havido um aumento do valor das diárias dos hotéis cariocas, mas diz que isso aconteceu porque os hotéis se prepararam muito para a virada do ano. Só com a tradicional queima de fogos, diz o vice-presidente da ABIH, serão gastos US$ 600 mil (R$ 1,2 milhão) -metade custeada pela associação.
"Reformas foram feitas, roupas de cama e banho novas foram compradas. Além disso, muitos hotéis preparam brindes especiais para os hóspedes, como camisetas comemorativas, garrafas de champanhe e outras coisas. O hóspede vai pagar mais, mas vai perceber que valeu a pena", afirma Grabowsky.


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