São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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RÉVEILLON
Com o aumento do dólar, vários proprietários desistiram de viajar ao Exterior e vão ficar na cidade
Preço do aluguel explode no Guarujá

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos


Quem ainda pretende alugar casa ou apartamento para passar o réveillon e as férias no Guarujá (SP) precisa se apressar e, mesmo assim, estar disposto a pagar muito caro.
A escassez de oferta, especialmente para a última semana de 1999 e a primeira de 2000, elevou os preços dos aluguéis de temporada a valores até 100% superiores aos do mesmo período do ano passado, segundo corretores que trabalham na cidade.
A principal razão é a decisão de proprietários de casas ou apartamentos de veraneio de ficar na cidade nas férias, em vez de alugar os imóveis. A desvalorização do real fez com que muitos desistissem de viajar ao exterior, como faziam nos anos anteriores.
Levantamento realizado pelo Sindicato dos Condomínios e Edifícios Residenciais e Comerciais do Guarujá e de Bertioga indicou que 80% dos proprietários de imóveis de veraneio do Guarujá planejam estar na cidade durante o réveillon.
"Poucos estão colocando os apartamentos para locação. As próprias imobiliárias estão nos informando isso", disse Nilson Santos, presidente da Associação das Administradoras de Imóveis e Condomínios do Guarujá. A entidade reúne 62 empresas.
A prefeitura estima que pelo menos 1 milhão de pessoas irá se juntar aos 240 mil habitantes na passagem de ano para assistir aos 30 minutos de queima de fogos em oito diferentes pontos e em duas ilhas ao longo da orla da praia. Em anos anteriores, o espetáculo se concentrava apenas nas praias de Pitangueiras e Enseada, e durava dez minutos.
"Pela expectativa do nosso pessoal, em uns dez dias não vai ter mais nada para alugar aqui no Guarujá", afirmou José Luís de Almeida Fernandes, dono da Degrau Consultoria, uma das maiores imobiliárias da cidade.
Segundo ele, a diária de um apartamento de dois quartos no bairro da Enseada está custando até R$ 200. Em 98, na mesma época do ano, a média era de R$ 80.
Na praia de Pernambuco há casos de veranistas que fizeram contratos antecipados de locação de casas como forma de fugir das diárias da temporada.
A informação é de Walter Antunes Correa, há 29 anos corretor de imóveis em Pernambuco e no vizinho Jardim Acapulco, um condomínio fechado de alto padrão. Segundo ele, as diárias hoje variam entre R$ 600 e R$ 1.500 em Pernambuco e entre R$ 700 e R$ 1.700 no Jardim Acapulco.
Outro fator que sustenta os preços elevados é a investida dos argentinos. Favorecidos pela diferença cambial, eles deixaram de procurar exclusivamente os hotéis e partiram para o aluguel.
Segundo Joel Campanati, diretor no Guarujá do Sindicato dos Bares e Hotéis da Baixada Santista, os argentinos deverão ocupar 35% das vagas nos hotéis da cidade. No ano passado, essa taxa era de 25%.


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