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RÉVEILLON
Com o aumento do dólar, vários proprietários desistiram de viajar ao Exterior e vão ficar na cidade
Preço do aluguel explode no Guarujá
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
Quem ainda pretende alugar casa ou apartamento para passar o
réveillon e as férias no Guarujá
(SP) precisa se apressar e, mesmo
assim, estar disposto a pagar muito caro.
A escassez de oferta, especialmente para a última semana de
1999 e a primeira de 2000, elevou
os preços dos aluguéis de temporada a valores até 100% superiores
aos do mesmo período do ano
passado, segundo corretores que
trabalham na cidade.
A principal razão é a decisão de
proprietários de casas ou apartamentos de veraneio de ficar na cidade nas férias, em vez de alugar
os imóveis. A desvalorização do
real fez com que muitos desistissem de viajar ao exterior, como
faziam nos anos anteriores.
Levantamento realizado pelo
Sindicato dos Condomínios e
Edifícios Residenciais e Comerciais do Guarujá e de Bertioga indicou que 80% dos proprietários
de imóveis de veraneio do Guarujá planejam estar na cidade durante o réveillon.
"Poucos estão colocando os
apartamentos para locação. As
próprias imobiliárias estão nos
informando isso", disse Nilson
Santos, presidente da Associação
das Administradoras de Imóveis e
Condomínios do Guarujá. A entidade reúne 62 empresas.
A prefeitura estima que pelo
menos 1 milhão de pessoas irá se
juntar aos 240 mil habitantes na
passagem de ano para assistir aos
30 minutos de queima de fogos
em oito diferentes pontos e em
duas ilhas ao longo da orla da
praia. Em anos anteriores, o espetáculo se concentrava apenas nas
praias de Pitangueiras e Enseada,
e durava dez minutos.
"Pela expectativa do nosso pessoal, em uns dez dias não vai ter
mais nada para alugar aqui no
Guarujá", afirmou José Luís de
Almeida Fernandes, dono da Degrau Consultoria, uma das maiores imobiliárias da cidade.
Segundo ele, a diária de um
apartamento de dois quartos no
bairro da Enseada está custando
até R$ 200. Em 98, na mesma época do ano, a média era de R$ 80.
Na praia de Pernambuco há casos de veranistas que fizeram contratos antecipados de locação de
casas como forma de fugir das
diárias da temporada.
A informação é de Walter Antunes Correa, há 29 anos corretor de
imóveis em Pernambuco e no vizinho Jardim Acapulco, um condomínio fechado de alto padrão.
Segundo ele, as diárias hoje variam entre R$ 600 e R$ 1.500 em
Pernambuco e entre R$ 700 e R$
1.700 no Jardim Acapulco.
Outro fator que sustenta os preços elevados é a investida dos argentinos. Favorecidos pela diferença cambial, eles deixaram de
procurar exclusivamente os hotéis e partiram para o aluguel.
Segundo Joel Campanati, diretor no Guarujá do Sindicato dos
Bares e Hotéis da Baixada Santista, os argentinos deverão ocupar
35% das vagas nos hotéis da cidade. No ano passado, essa taxa era
de 25%.
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