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Técnica divide o estômago
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante de enfermagem M.,
22, de São Paulo (ela não quer ser
identificada), foi operada há dois
meses e meio. Com 1,78 m, chegou aos 120 quilos depois de voluntariamente engordar 15 quilos
para fazer a operação. Já emagreceu 30 quilos e está feliz.
"Melhorou tudo em minha vida: o relacionamento com o marido, com os amigos, comigo mesma", diz. Ela se submeteu à técnica cirúrgica mais comum atualmente, conhecida como Capella.
A Capella consiste em dividir o
estômago em duas partes. A
maior é desativada. A menor,
mais próxima do esôfago, fica
com capacidade de apenas 20 mililitros, a mesma de uma xícara
pequena de café. Na saída desse
estomaguinho, é colocado um
anel de restrição, de modo que o
alimento passe lentamente. Isso
prolonga a sensação de saciedade.
Por fim, esse estômago novo é ligado à porção inicial do intestino
delgado.
Evita-se, assim, que o alimento
passe pela maior parte do estômago e pelo duodeno. Com isso, a digestão pelo suco gástrico é reduzida, facilitando o emagrecimento.
A operação, em 90% dos casos,
resulta em perdas de até 40% da
massa corpórea, com poucas
chances de reengorda.
Outra técnica bastante usada no
Brasil é a do balão intragástrico,
que promete perdas de peso mais
modestas (10% do peso total do
paciente), mas com a vantagem
de ser um procedimento menos
arriscado.
Vazio, o balão é introduzido no
estômago por meio de um procedimento semelhante à endoscopia digestiva e, em seguida, é inflado. "Ele causa uma distensão
em uma região específica do estômago onde existem receptores
que enviam mensagens ao cérebro que dão a sensação de saciedade", explica o especialista em
cirurgias do aparelho digestivo
Carlos Haruo, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
O prazo máximo de permanência do balão no estômago, segundo a literatura, é de seis meses.
Depois disso ele deve ser removido e o paciente corre o risco de
voltar a engordar, caso não passe
por severa reeducação alimentar.
A técnica também é usada como
precursora da cirurgia mais radical. Muitos candidatos à operação
Capella, de tão obesos, não podem enfrentar o bisturi sem antes
emagrecer. Hipertensos e/ou diabéticos, correriam risco excessivo.
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