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SAÚDE
Centro de pesquisa da Inglaterra divulga lista de 20 alimentos com substâncias benéficas ao organismo
Supercomidas ajudam a evitar câncer
LIGIA DINIZ
DA REDAÇÃO
Para abrir o apetite, castanhas-do-pará. No prato principal, bem
colorido, salmão, arroz integral,
brócolis e purê de batata-doce
-tudo temperado com um bom
azeite extra-virgem. No copo, suco de laranja. Para completar, a
sobremesa: kiwi, morango ou
manga. O que parece apenas uma
ótima refeição pode também contribuir para prevenir o câncer.
Todos os alimentos acima fazem parte da lista "20 Supercomidas" (veja quadro nesta página),
publicada recentemente pelo
World Cancer Research Fund
(WCRF), órgão com base na Inglaterra que pesquisa formas de
prevenção da doença por meio de
hábitos e alimentação saudáveis.
De acordo com o diretor técnico-científico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC),
João Carlos Sampaio Góes, a recomendação geral é ter uma alimentação baseada em vitaminas, fibras e pouca gordura.
"Mulheres, em especial, devem
evitar as gorduras animais, devido à presença de hormônios, que
podem aumentar o risco de câncer de mama", exemplifica.
Já as fibras, presentes em frutas,
legumes e verduras, protegem o
trato intestinal. "É muito importante evitar alimentos condimentados e defumados", diz Góes.
Além disso, segundo o médico,
o consumo freqüente de alimentos muito quentes pode favorecer
a incidência de câncer no esôfago.
"Este tipo de câncer é muito comum no Rio Grande do Sul e no
Chile, por causa do chimarrão."
Góes ressalta que é muito difícil
encontrar estudos conclusivos sobre a forma como a comida age na
prevenção de tumores. Também
vê com prudência a suposta relação entre substâncias antioxidantes e a prevenção do câncer (leia
texto nesta página).
Já para a nutricionista Lígia
Trintin, do Hospital do Câncer de
São Paulo, os antioxidantes têm
papel importante na prevenção.
Segundo ela, substâncias desse tipo, como as vitaminas A e C, previnem danos nas células.
Outro antioxidante poderoso, o
licopeno, presente no tomate, é
associado à prevenção do câncer
da próstata, de acordo com Trintin. "A substância é melhor absorvida depois de aquecida. Por isso,
é melhor consumir o tomate em
molhos", ensina.
Pratos coloridos
Sueli Couto, nutricionista do Inca (Instituto Nacional de Câncer),
acredita que eles têm função protetora. "Cada organismo age de
um jeito único, mas, de uma maneira geral, os antioxidantes ajudam a impedir danos", diz.
Para Couto, os brasileiros comem poucos alimentos protetores. "A população precisa entender que deve consumir vitaminas
e fibras em maior quantidade. Para simplificar, dizemos que é preciso comer "pratos coloridos"."
Outras recomendações são beber muita água, dar preferência à
gordura vegetal não-hidrogenada
e evitar o consumo freqüente de
alimentos processados. "Biscoitos
recheados, por exemplo, têm gordura hidrogenada e são muito
consumidos por crianças. Isso
pode favorecer o aparecimento de
doenças", diz.
Paciente obediente, como ela
própria se define, a programadora visual Anita Slade, 57, segue todas as recomendações médicas
desde que teve câncer no colo uterino, em 1988, aos 41 anos.
"Sempre tive uma alimentação
equilibrada, mas, depois da doença, comecei a comer mais alimentos integrais e verduras, legumes e
frutas", afirma.
A diferença do antes-e-depois
do câncer está na atenção aos alimentos. "Eu me preocupo com a
origem da comida. Olho todas as
etiquetas", diz Anita, que após receber alta definitiva, em 1999, não
teve reincidência.
Colaborou FABIANE LEITE, da Reportagem Local
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