São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Ação da corregedoria termina em tiros em supermercado

Tiroteio começou ontem à tarde em estacionamento de um supermercado e terminou em uma rua na Freguesia do Ó

Um policial civil, um falso investigador e outras duas pessoas foram presos acusados de extorsão e formação de quadrilha

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de um tiroteio ontem à tarde no estacionamento de um supermercado na zona norte de São Paulo, dois policiais militares, um policial civil, um falso investigador e outras duas pessoas foram presos acusados de extorsão e formação de quadrilha.
Houve pânico, mas nenhum cliente, funcionário do Compre Bem ou pedestre se feriu. Persio Phloervídio, que portava documentação policial falsa, foi atingido por sete disparos, mas não corre risco de morte, segundo a Polícia Civil.
A troca de tiros ocorreu entre policiais do serviço reservado da Corregedoria da Polícia Militar e um dos quatro homens presos. O órgão da PM investigava a participação do sargento Jeferson Luis Antonio Claro Fausto e do soldado Edinaldo Mariano, ambos do 4º Batalhão na extorsão a um casal.
Os militares são investigados sob suspeita de ameaçarem prender o motorista Márcio da Costa, que já teve passagens por porte de entorpecentes no passado, e sua mulher por falsa acusação de tráfico de drogas caso não lhes desse R$ 25 mil.
Após Costa acusar os PMs na Corregedoria, o órgão decidiu prender os policiais suspeitos em flagrante. Eles foram reconhecidos por Costa por fotos.
Ontem foi combinado a data e o local -o estacionamento do Compre Bem, na Freguesia do Ó- para o pagamento.
Sob orientação da PM, Costa levou R$ 900 em notas copiadas e mais um falso maço de notas. Policiais à paisana, num carro descaracterizado da Polícia Militar, acompanhavam a entrega quando Phloervídio, foragido da Polícia Civil e procurado por outro crime anterior de extorsão mediante seqüestro, saiu do Pálio onde estava com outras três pessoas para receber o dinheiro.
De acordo com a PM, ao receber voz de prisão, Phloervídio reagiu a tiros e foi baleado.
Os outros dois presos são o investigador Geisson Pereira Ramos, do 21º DP, e os vendedores Ricardo Batista Tinoco e Raul Manuel Mendes Costa.
Segundo a Polícia Civil, eles afirmaram que não sabiam o que Phloervídio faria no supermercado. A reportagem não conseguiu ouvi-lo.
O sargento e o soldado acusados não estavam no veículo. Eles estariam vigiando a ação criminosa. À noite, foram detidos pela Corregedoria da PM.
O delegado José Antonio Ayres de Araújo, da Corregedoria da Polícia Civil, já havia pedido a prisão dos dois.
O tiroteio assustou os presentes no supermercado. "Tive de correr para uma sala isolada do supermercado para nos protegermos dos disparos", afirmou um funcionário, que não quis se identificar.
Em nota, o Compre Bem informou que "zela pelo bem-estar de seus clientes, funcionários e vizinhos e esclarece que o confronto policial deu-se em via pública, sem qualquer relação com o supermercado".


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