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Ação da corregedoria termina em tiros em supermercado
Tiroteio começou ontem à tarde em estacionamento de um supermercado e terminou em uma rua na Freguesia do Ó
Um policial civil, um falso investigador e outras duas pessoas foram presos acusados de extorsão e formação de quadrilha
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um tiroteio ontem
à tarde no estacionamento de
um supermercado na zona norte de São Paulo, dois policiais
militares, um policial civil, um
falso investigador e outras duas
pessoas foram presos acusados
de extorsão e formação de
quadrilha.
Houve pânico, mas nenhum
cliente, funcionário do Compre
Bem ou pedestre se feriu. Persio Phloervídio, que portava
documentação policial falsa, foi
atingido por sete disparos, mas
não corre risco de morte, segundo a Polícia Civil.
A troca de tiros ocorreu entre
policiais do serviço reservado
da Corregedoria da Polícia Militar e um dos quatro homens
presos. O órgão da PM investigava a participação do sargento
Jeferson Luis Antonio Claro
Fausto e do soldado Edinaldo
Mariano, ambos do 4º Batalhão
na extorsão a um casal.
Os militares são investigados
sob suspeita de ameaçarem
prender o motorista Márcio da
Costa, que já teve passagens
por porte de entorpecentes no
passado, e sua mulher por falsa
acusação de tráfico de drogas
caso não lhes desse R$ 25 mil.
Após Costa acusar os PMs na
Corregedoria, o órgão decidiu
prender os policiais suspeitos
em flagrante. Eles foram reconhecidos por Costa por fotos.
Ontem foi combinado a data
e o local -o estacionamento do
Compre Bem, na Freguesia do
Ó- para o pagamento.
Sob orientação da PM, Costa
levou R$ 900 em notas copiadas e mais um falso maço de notas. Policiais à paisana, num
carro descaracterizado da Polícia Militar, acompanhavam a
entrega quando Phloervídio,
foragido da Polícia Civil e procurado por outro crime anterior de extorsão mediante seqüestro, saiu do Pálio onde estava com outras três pessoas
para receber o dinheiro.
De acordo com a PM, ao receber voz de prisão, Phloervídio
reagiu a tiros e foi baleado.
Os outros dois presos são o
investigador Geisson Pereira
Ramos, do 21º DP, e os vendedores Ricardo Batista Tinoco e
Raul Manuel Mendes Costa.
Segundo a Polícia Civil, eles
afirmaram que não sabiam o
que Phloervídio faria no supermercado. A reportagem não
conseguiu ouvi-lo.
O sargento e o soldado acusados não estavam no veículo.
Eles estariam vigiando a ação
criminosa. À noite, foram detidos pela Corregedoria da PM.
O delegado José Antonio Ayres de Araújo, da Corregedoria
da Polícia Civil, já havia pedido
a prisão dos dois.
O tiroteio assustou os presentes no supermercado. "Tive
de correr para uma sala isolada
do supermercado para nos protegermos dos disparos", afirmou um funcionário, que não
quis se identificar.
Em nota, o Compre Bem informou que "zela pelo bem-estar de seus clientes, funcionários e vizinhos e esclarece que o
confronto policial deu-se em
via pública, sem qualquer relação com o supermercado".
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