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Cássio Arouca, homem das fechaduras
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Que as suas fechaduras
abrissem e fechassem milhares de portas, vagões de metrô e celas de cadeia Brasil
afora não impressionava
Cássio Arouca -ele instalou
muitas antes de se tornar
presidente da maior empresa nacional do segmento.
Um metiê ganho no berço.
Já aos sete anos de idade,
"ainda de calças curtas", Cássio rodeava o pai, Oswaldo,
enquanto coordenava o feitio de pregos no chão da fábrica criada por ele, em 1938.
O que hoje é uma estrutura
com 8.000 m2 no número
404 da rua Oswaldo Arouca,
na Vila Formosa, era um galpão de 60 m2, erguido quando ainda não havia luz elétrica ou linha telefônica no
bairro. Foi na pequena fábrica de pregos, movida a um
gerador a diesel e com apenas três funcionários, que o
pequeno Cássio brincava.
Logo já vendia pregos nas
ruas do bairro e fazia fechaduras que ele mesmo instalava como "colocador" da firma. Foi ainda office boy
-antes de estudar engenharia química e voltar para dirigir a empresa, em 1954.
Se "sua vida era a fábrica",
da qual esteve à frente até o
último dia de vida -fez parte
da Fiesp e da Ciesp -o voluntariado era um hobby.
Era membro da Y's Men's
Club International e presidente da Associação Cristã
de Moços -os diplomas da
entidade ainda estampam as
paredes do escritório.
A imagem que ficará de
"Seu Arouca", porém, é a do
velhinho que, do nada, sacava uma balinha de frutas do
bolso e entregava com um
breve de Santo Expedito.
Deixou cinco filhos e uma
neta, ao morrer de parada
respiratória enquanto dormia, no dia 20, em São Paulo.
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