São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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"Enquanto não for pacificada, cidade continuará partida"

Sergio Adorno, sociólogo da USP, afirma que enfrentamento com o tráfico era necessário

DE SÃO PAULO

Coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sergio Adorno afirma que a ocupação da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, era necessária, mas insuficiente. O sociólogo diz que a ação principal deve ser evitar a chegada de armas aos criminosos. (FÁBIO TAKAHASHI)

 

Folha - Como o sr. avalia a ação no Rio?
Sergio Adorno
- Em tese, a política está correta. É fundamental que o Estado tenha o controle do território. O Estado democrático de direito não significa ausência do uso da força. A questão que me parece mais complicada é que as armas continuam chegando às mãos desses jovens. Não se discute isso.
Já ouvi uma autoridade dizendo que é muito difícil controlar. Quando você está numa guerra, você precisa controlar território e acesso de suprimentos aos inimigos.
Não basta ocupar território, precisa desarmar. Não é possível que não haja um serviço de inteligência que não saiba de onde vêm as armas.

Seria possível a ocupação sem essa força utilizada?
Seria difícil. Era preciso usar a força. Mas o uso da força é regulamentada pela lei. Se houve mortes, se presta contas à sociedade.
Muitas pessoas de classe média estão incomodadas. Mas enquanto você não pacificar o outro lado da cidade, a cidade continuará partida.

As ocupações devem continuar? É necessário ocupar o Complexo do Alemão?
O que precisa é haver uma visão estratégica. Não sei quais são os obstáculos lá, como se chega com veículos e policiais. Mas, de alguma maneira, você precisa controlar todo o território.


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