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Para estudar, criança de Marsilac ainda anda na linha do trem
DA REPORTAGEM LOCAL
Marsilac é o contraponto dos
demais extremos revisitados
pela Folha. Sem ter sofrido inchaço populacional, o distrito
de Marsilac continua pacato
-mas ainda carente de água,
luz e rede de esgoto.
Composto por chácaras e sítios, o distrito é o único com
vista para o mar -faz divisa
com Itanhaém.
Em Marsilac, o caminho da
escola passa pela linha do trem.
Crianças andam até 40 minutos sobre os trilhos, debaixo do
sol, em meio à lama e ao mato
alto, correndo o risco de se deparar com os trens de carga.
Na última década, o que mudou foi a direção da caminhada:
como a escola próxima à estação Evangelista de Souza fechou, as crianças agora andam
rumo ao lado oposto, para o
bairro de Barragem, onde pegam o ônibus escolar.
Igor dos Santos, 11, que mora
"bem lá no matão", diz sentir
medo na volta da escola, no escuro. Mas não é de criminosos
-é de onça. Moradores contam
que foi achada uma jaguatirica
perto dali.
"De vez em quando acham
corpo na linha, mas nunca é de
morador", diz Edson Donizete
Nascimento, 36, que trabalha
na linha ferroviária.
(MB)
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