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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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Desabamentos foram o maior problema das chuvas da madrugada de ontem; na zona leste, houve protesto contra as enchentes

Capital registra 69 pontos de alagamento

DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo teve 69 pontos de alagamento registrados ontem. Ao contrário das chuvas das últimas semanas, quando houve muitas quedas de árvores, o maior problema da tempestade do início da madrugada de ontem foram os desabamentos.
Na capital paulista, não houve feridos nem desabrigados, diferentemente da Grande São Paulo, que registrou oito mortes na madrugada de ontem.
A chuva começou com forte intensidade por volta das 21h30 de anteontem e assim permaneceu até a 0h30 de ontem. Fraca, mas contínua, durou toda a madrugada. Durante o dia, a chuva continuou em vários pontos da cidade.
Às 12h20, foram registrados 13 pontos de alagamento. Às 15h30, o número subiu para 29 e, às 18h30, 15 locais continuavam alagados -um deles, na zona oeste, intransitável desde às 11h55.
Durante a madrugada, parte de um muro de arrimo (escora) desabou na estrada do M'Boi-Mirim, no Jardim Maria Alice (zona sul da cidade). Uma barraca de frutas que funcionava 24 horas na via foi soterrada. Houve a interdição de um trecho de cem metros da pista no sentido bairro-centro, na altura do número 3.200.
Segundo a prefeitura, as obras serão iniciadas ainda nesta semana e devem demorar 180 dias.
Na Vila Carrão (zona leste), cerca de 30 moradores fecharam a pista local da avenida Aricanduva e queimaram pneus de manhã em protesto contra as enchentes. O córrego Aricanduva transbordou por volta das 23h de anteontem, e a enchente atingiu 1,5 m de altura.
De acordo com o caminhoneiro Marcelo Rodrigues, 31, antes das obras do piscinão do Aricanduva, a água atingia no máximo 50 cm. "Levantei minha casa em 1,4 m, mas hoje [ontem" não adiantou nada." Além de estar acima do nível da rua, a casa tem uma comporta de 2 m de altura.
"A gente fica acordado no meio da água, cuidando da casa, e ainda tem de trabalhar no outro dia." Segundo ele, a enchente durou cerca de três horas. "Antes das obras, levava de 30 a 40 minutos para baixar." A Prefeitura de São Paulo informou que a região apresenta problemas de galeria pluvial, que provocam refluxo das águas das chuvas. A desobstrução das galerias, de acordo com a prefeitura, será providenciada.
O Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) disponibilizou 200 equipes -cerca de 1.200 pessoas- para a limpeza das ruas da cidade atingidas por enchentes e deslizamentos.
No início da madrugada, faltou luz na Vila Clementino e na região do parque Ibirapuera (ambas na zona sul da cidade). De acordo com a Eletropaulo, o fornecimento de energia nesses bairros foi rapidamente solucionado.


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