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TRANSPORTE
Até junho, prefeitura colocará 50 veículos a gás natural nas ruas; outros 120 serão adquiridos por empresas do setor
Marta vai comprar e alugar ônibus a viação
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vai
comprar 50 ônibus a gás natural
para alugá-los às viações paulistanas, estratégia que retoma duas
práticas da política de transporte
municipal da gestão Luiza Erundina (1989-92): a "estatização" de
uma parcela da frota e uma nova
tentativa de expansão desse combustível, que é menos poluente.
Esses 50 veículos fazem parte de
um lote de 170 movidos a gás natural que serão colocados nas ruas
da capital paulista até junho, que,
com os 82 já existentes, totalizarão 252 ônibus com essas características. Os demais 120 serão comprados por viações das zonas sul e
oeste. Essa expansão ainda representará uma quantidade mínima
-1,7%- na frota de ônibus e lotações de São Paulo. Mas as vantagens anunciadas por uma parceria entre Petrobras, prefeitura e
Comgás foi bem-vista pelas viações, que já falam em dar prioridade a esses veículos.
"O gás agora vem para ficar",
diz Paulo Ruas, presidente da SP
Urbanuss (sindicato das empresas), cuja família é dona de mais
de um terço da frota paulistana.
Uma das principais vantagens
oferecidas pela Petrobras, que
descobriu em 2003 uma reserva
gigante de gás natural em Santos,
foi anunciada anteontem: um
compromisso contratual de dez
anos de limitar os preços do produto às viações a 55% do valor do
óleo diesel. Esse benefício significa uma redução de 20% no custo
de combustível para os que aderirem, segundo Ildo Sauer, diretor
de Gás e Energia da Petrobras.
A Comgás vai assumir as despesas com infra-estrutura para
abastecer a frota. As montadoras,
diz a prefeitura, também vão reduzir a diferença no custo desses
ônibus -que saem hoje 30% a
mais que seu similar a diesel.
O financiamento é outro atrativo: enquanto os convencionais
têm empréstimos parcelados por
no máximo 48 meses no BNDES,
os movidos a gás natural têm prazo de 76 meses, que está sendo negociado para atingir 92 meses.
Na gestão Erundina, em 1991,
uma lei municipal chegou a estabelecer um prazo de dez anos para a conversão da frota de diesel
para gás natural -tentativa fracassada devido aos problemas de
distribuição e de custo.
A compra de veículos pela prefeitura é uma prática que foi reduzida com a extinção da CMTC, na
gestão Maluf, e praticamente interrompida na gestão Celso Pitta.
No governo Erundina, a prefeitura detinha um terço da frota.
Hoje a administração municipal
é dona de 376 ônibus, muitos dos
quais trólebus, operados por viações que, em média, pagam R$
1.800 mensais de aluguel (por um
veículo antigo, com oito anos).
Na gestão Marta Suplicy também foram comprados 15 ônibus
híbridos (que combina motores a
diesel com eletricidade) para operar no Paulistão (antigo Fura-fila)
e foram transformados dez trólebus nessa tecnologia -com os
atrasos nas obras, eles serão utilizados nos corredores convencionais a partir de março.
O investimento nos 50 veículos
a gás natural deve beirar R$ 10 milhões. Para o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, o gasto se justifica ao incentivar a utilização
desse combustível. "O projeto é,
em 2020, ter toda a frota a gás."
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