São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Entidades de bairros querem, até quarta-feira, vistoriar 449 das 915 unidades que o IPT apontou com risco de queda

Prefeitura adia corte de árvores condenadas

VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo adiou o corte de 915 árvores que, segundo o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), correm risco de cair nos próximos dois anos. A decisão foi tomada após reunião realizada ontem entre a Secretaria do Verde e Meio Ambiente e representantes de bairros.
Na reunião ficou acertado que as entidades de bairro das cinco subprefeituras onde as análises foram feitas -Sé, Pinheiros, Vila Mariana, Santo Amaro e Lapa- irão verificar, até quarta-feira, um conjunto de 449 árvores que tem maior risco de queda. Por ora, as 466 restantes, com risco menor de caírem, permanecem como estão.
Na própria quarta-feira uma nova reunião será realizada. De acordo com o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, as árvores em relação às quais não houver consenso sobre a necessidade de corte serão alvo de novas discussões. As outras entrarão em um cronograma para que sejam retiradas pela prefeitura.
As cinco regiões foram escolhidas para serem as primeiras analisadas pelo IPT justamente em razão do histórico de queda de árvores que possuem. Em outubro do ano passado um motoqueiro morreu ao ser atingido por uma árvore de cerca de dez metros de altura que caiu na avenida Sumaré, área da subprefeitura da Lapa.
Apenas neste mês, a Defesa Civil já registrou a queda de 53 árvores em São Paulo. No ano passado inteiro foram registradas 451 quedas e, em 2003, foram 614. O principal problema das árvores é a infestação por cupins.

IPT
O IPT não comentou sobre o risco que a demora no corte das 915 árvores apontadas como em situação de risco pode acarretar à população. De acordo com a assessoria de imprensa do instituto, cabe à prefeitura a decisão de cortar ou não as árvores.
Além do convencimento dos representantes de bairro, a atual situação de restrição financeira da administração municipal também deve colaborar para a demora no corte das árvores. A gestão José Serra (PSDB) afirma não possuir dinheiro em caixa para retirá-las. Por isso, a Secretaria das Subprefeituras tenta, por meio de parcerias com empresas, viabilizar o projeto.
Segundo a administração municipal, o objetivo das reuniões com as entidades de bairro é esclarecer os moradores sobre a importância de que as árvores sejam cortadas. Mas, segundo Eduardo Jorge, a decisão sobre cada uma delas será tomada em conjunto com as entidades, mesmo que isso leve a uma maior demora, apesar do risco constatado pelo IPT.


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