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Investigados na morte de PM são suspeitos de corrupção
Cheque de criminoso na casa de um dos PMs presos iniciou suspeita sobre propina
Polícia Civil aguarda resultado de perícia para saber se arma que matou mulher é a mesma usada no assassinato do coronel
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os três policiais militares
presos na sexta-feira acusados
de tentativa de assassinato de
um criminoso e morte de sua
mãe e investigados no assassinato do coronel José Hermínio
Rodrigues, comandante da Polícia Militar na zona norte, são
também suspeitos de recolher
propina de pequenos traficantes da região. A polícia aguarda
o resultado de perícia técnica
para saber se o trio está envolvido na morte do militar, que
acompanhava as investigações
sobre PMs que teriam participado de chacinas.
A suspeita do DHPP (Departamento de Homicídios e de
Proteção à Pessoa) sobre a propina surgiu após a descoberta
de cinco folhas de cheques na
casa de um dos PMs na ocasião
das prisões. Três eram roubadas. Sobre as outras não havia
queixa, mas elas tinham sido
emitidas por um traficante da
zona norte foragido da Justiça.
Assim como no caso dos policiais presos, o nome do criminoso não foi revelado.
A polícia investiga se os cheques do traficante são um pagamento por sua liberdade. Ou
seja, ele pagaria aos PMs para
não ser incomodado ou preso.
O DHPP deve agora rastrear os
donos das folhas roubadas.
Além de investigar se o trio
era corrupto, a polícia apura a
possível ligação entre os suspeitos e o assassinato do coronel. A hipótese é embasada na
semelhança no modo de agir
dos assassinos nos dois crimes.
Tanto na morte do policial
como na da mãe do traficante, o
atirador usou uma motocicleta
Falcon preta e fez disparos na
cabeça a curta distância das vítimas; também, depois que estavam caídas no chão, continuou atirando. A empunhadura da arma do atirador sugeria
ainda que em ambas as ações o
assassino tinha feito curso de
tiro ou treinamento militar.
Segundo a polícia, em setembro, os três PMs suspeitos tentaram matar um traficante que
não havia pago propina. A mãe
dele teria ameaçado fazer uma
denúncia à Corregedoria da
PM e acabou assassinada.
O resultado da perícia vai determinar se a mesma arma,
uma pistola de calibre 380, foi
usada nos dois crimes. O prazo
é de cerca de dez dias.
Outra hipótese da polícia é
que a morte do coronel também esteja relacionada com a
chacina de sete pessoas no dia
17 em um bar no Jardim São
Luís, também na zona norte.
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