São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Investigados na morte de PM são suspeitos de corrupção

Cheque de criminoso na casa de um dos PMs presos iniciou suspeita sobre propina

Polícia Civil aguarda resultado de perícia para saber se arma que matou mulher é a mesma usada no assassinato do coronel

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os três policiais militares presos na sexta-feira acusados de tentativa de assassinato de um criminoso e morte de sua mãe e investigados no assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues, comandante da Polícia Militar na zona norte, são também suspeitos de recolher propina de pequenos traficantes da região. A polícia aguarda o resultado de perícia técnica para saber se o trio está envolvido na morte do militar, que acompanhava as investigações sobre PMs que teriam participado de chacinas.
A suspeita do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) sobre a propina surgiu após a descoberta de cinco folhas de cheques na casa de um dos PMs na ocasião das prisões. Três eram roubadas. Sobre as outras não havia queixa, mas elas tinham sido emitidas por um traficante da zona norte foragido da Justiça.
Assim como no caso dos policiais presos, o nome do criminoso não foi revelado.
A polícia investiga se os cheques do traficante são um pagamento por sua liberdade. Ou seja, ele pagaria aos PMs para não ser incomodado ou preso. O DHPP deve agora rastrear os donos das folhas roubadas.
Além de investigar se o trio era corrupto, a polícia apura a possível ligação entre os suspeitos e o assassinato do coronel. A hipótese é embasada na semelhança no modo de agir dos assassinos nos dois crimes.
Tanto na morte do policial como na da mãe do traficante, o atirador usou uma motocicleta Falcon preta e fez disparos na cabeça a curta distância das vítimas; também, depois que estavam caídas no chão, continuou atirando. A empunhadura da arma do atirador sugeria ainda que em ambas as ações o assassino tinha feito curso de tiro ou treinamento militar.
Segundo a polícia, em setembro, os três PMs suspeitos tentaram matar um traficante que não havia pago propina. A mãe dele teria ameaçado fazer uma denúncia à Corregedoria da PM e acabou assassinada.
O resultado da perícia vai determinar se a mesma arma, uma pistola de calibre 380, foi usada nos dois crimes. O prazo é de cerca de dez dias.
Outra hipótese da polícia é que a morte do coronel também esteja relacionada com a chacina de sete pessoas no dia 17 em um bar no Jardim São Luís, também na zona norte.


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