São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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PMs à paisana escoltam turistas em Salvador

Número de pedidos pelo serviço, que é gratuito, foi ampliado após aumento de casos de violência; só neste mês, foram dez

De 6 de dezembro a 6 de janeiro deste ano, foram registradas 71 ocorrências de furtos e roubos contra turistas na capital baiana

Fernando Vivas - 6.nov.08/Agência A Tarde
Turistas em visita ao largo do Pelourinho, em Salvador (BA)

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Com medo de que o aumento da violência na região metropolitana de Salvador prejudique o turismo, cresce o número de pedidos para que policiais militares escoltem os turistas, brasileiros e estrangeiros, que visitam a capital baiana. Para evitar constrangimentos, os policiais trabalham à paisana. O serviço é gratuito.
O número de homicídios na chamada Grande Salvador subiu 31,5% de 2007 para o ano passado. De 6 de dezembro a 6 de janeiro deste ano, foram registradas 71 ocorrências de furtos e roubos contra turistas.
Coincidentemente, só neste mês dez pedidos de escolta foram encaminhados à Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista). Em 2008, quando o serviço ainda funcionava em caráter experimental e restrito ao Carnaval, foram dois. Neste ano, o serviço estará à disposição durante todo o verão.
"O número de escoltas neste mês deve ser ainda maior porque as principais agências de receptivos da Bahia colocam seguranças particulares para acompanhar os turistas, e esses dados não são computados oficialmente", disse Pedro Costa, ex-presidente da empresa de turismo de Salvador e conselheiro da Associação Brasileira de Agências de Viagem.
O aumento do número de escoltas coincide com uma tentativa de assalto a um micro-ônibus, no último dia 15, que deixou dois turistas feridos a tiros. No fim de 2008, um casal de franceses foi espancado na ilha de Itaparica. Outra medida preventiva foi adotada no centro histórico, onde 14 câmaras de vigilância foram instaladas.
Para ter direito ao acompanhamento da PM, a agência de turismo deve encaminhar à Deltur um ofício informando o horário de chegada dos turistas e o roteiro das visitas.
Segundo a delegada Maritta Souza, os turistas rejeitam policiais fardados na escolta. No mínimo dois PMs são escalados para o serviço a cada pedido. A escolta também está disponível às empresas que transportam turistas para os hotéis de Salvador ou do litoral norte da Bahia.
"A escolta dá mais segurança aos turistas e inibe eventuais ações delituosas", diz o conselheiro da Associação Brasileira de Agências de Viagem.
A única exigência que a Deltur faz é que haja, no mínimo, dez turistas em cada grupo. "Com menos visitantes, o serviço fica inviável", disse a delegada. Ela nega que a maior divulgação do serviço seja uma resposta do governo ao aumento da violência. "A medida foi tomada para dar mais conforto e bem-estar aos turistas."
"A infiltração de policiais em meio aos turistas pode ser até constrangedora e desconfortável, mas é uma medida acertada. Afinal, uma cidade que tem no turismo uma de suas principais fontes de renda precisa tratar bem os seus visitantes", disse ontem à tarde José Eduardo Albuquerque, 22, estudante paranaense que passa férias em Salvador.


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