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FRANCISCO CALAZANS FERNANDES (1929-2010)
Jornalista e criador do telecurso na década de 1970
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que o telecurso foi
criado nos anos 1970, mais de
5,5 milhões de pessoas assistiram aulas pela TV, em
27.714 telessalas pelo país.
O projeto, implantado pela
Fundação Roberto Marinho,
saiu da cabeça do jornalista
Francisco Calazans Fernandes, um potiguar nascido na
pequena Marcelino Vieira.
Aos 17 anos, Chico mudou-se para o Rio, onde começou a
estudar filosofia. Cedo, entrou para o jornalismo, sem
ter concluído a graduação.
Ao longo da carreira, trabalhou em empresas dos Diários
Associados, Globo e Abril, como lembra a filha Rita. Ganhou um Prêmio Esso em
1961. Anos depois, passou por
esta Folha, primeiro de Recife (PE), depois, cuidando de
cadernos especiais em SP.
Ainda na mesma década,
foi secretário de Educação e
Cultura do Rio Grande do
Norte. Durante seu mandato,
o educador Paulo Freire tornou-se nacionalmente conhecido por implantar seu
método no município de Angicos. Na ocasião, Freire alfabetizou 300 trabalhadores
rurais em apenas 40 dias.
A educação era para Chico
uma preocupação. Segundo a
filha, o pai era um idealista, e,
ao mesmo tempo, um empreendedor. Ao ter uma ideia,
fazia de tudo para realizá-la,
como no caso do telecurso.
Gostava de cachimbos e de
montar arquivos. Foi um inovador no uso de pesquisas no
jornalismo, conta a filha.
Há uns cinco anos, sofreu
dois AVCs (acidentes vasculares cerebrais). Morreu anteontem, aos 81. Teve seis filhos, 12 netos e uma bisneta.
coluna.obituario@uol.com.br
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