São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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Poluentes agravam problema de saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os efeitos da inalação constante de ar poluído estão o agravamento, principalmente em idosos e crianças, de doenças respiratórias e cardiovasculares; o aumento do número de internações por esse tipo de problema e de inalações; o aumento no índice de mortalidade entre pessoas acima de 65 anos; uma pequena elevação da mortalidade intra-uterina; e a redução do peso de recém-nascidos, segundo Helena Ribeiro, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Nelson Gouveia, da Faculdade de Medicina da mesma universidade.
A própria Cetesb (agência ambiental paulista) diz que ultrapassagens do padrão na concentração de poluentes costumam agravar sintomas em pessoas suscetíveis e causar irritação na população sadia. Acima do nível de atenção, registram-se decréscimo da resistência física e significativo agravamento dos sintomas de doenças preexistentes e sintomas gerais nas pessoas saudáveis.
Os efeitos negativos são geralmente produto do coquetel de poluentes, diz Helena Ribeiro. O mais comum, diz, é que o organismo de quem inala um ar poluído tenha de trabalhar mais rápido para fazer as trocas gasosas, o que implica sobrecarga ao coração.
Os benefícios de um ar mais limpo já foram colocados na ponta do lápis. Segundo estudo de pesquisadores de São Paulo, Cidade do México, Santiago (Chile) e Nova York (EUA), a redução de 10% na poluição por O3 e por partículas inaláveis até 2020 seria responsável, só na capital paulista, por menos cerca de 700 mortes de crianças até um ano, 89 mil visitas de crianças a médicos, 17,6 mil admissões hospitalares, quase 100 mil entradas em prontos-socorros por problemas respiratórios, 916 mil ataques de asma e quase 37 mil de bronquite aguda.
Isso além do ganho de cerca de 2,3 milhões de dias de trabalho.
"Queremos agora calcular o custo da poluição porque a linguagem do dinheiro é mais compreensível pelos tomadores de decisão", diz Nelson Gouveia, que representou a USP na pesquisa.
Segundo ele, a estimativa de 10% foi baseada no ganho conseguido por Santiago com medidas como racionalização do transporte coletivo.



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