São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Presos mais três acusados de furto ao BC em Fortaleza

Detidos são apontados como laranjas dos criminosos, segundo a Polícia Federal

Prisões ocorreram em Brasília; seis pessoas envolvidas no crime, que ocorreu no ano de 2005, continuam foragidas

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal prendeu mais três envolvidos no caso do furto de R$ 164 milhões ao Banco Central na unidade de Fortaleza em 2005. Os investigados são apontados como laranjas, ou seja, pessoas utilizadas pelo grupo de 36 criminosos envolvidos no crime.
Eles foram presos em Brasília, na última quarta-feira, mas são personagens secundários do caso: gerenciavam negócios do grupo criminoso ou emprestaram seus nomes (sabendo ou não) para a compra de bens na tentativa de ocultar a origem da soma milionária furtada.
Do total de envolvidos, a Polícia Federal, sob o comando do delegado Antonio Celso dos Santos, prendeu 26 investigados que tiveram participação direta. Quatro outros morreram e seis continuam foragidos. As prisões feitas anteontem na capital federal não mudam o saldo dos participantes procurados, segundo a PF.
A captura mais importante do caso foi na última segunda, em Brasília, de Antonio Jussivan Alves dos Santos, conhecido como Alemão, apontado como mentor do crime pela PF.
Ligado à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele teve acesso a informações privilegiadas por meio de prestadores de serviços de segurança à unidade do Banco Central de Fortaleza.
Sabia que quantias substanciais eram levadas para a caixa forte da instituição na cidade para avaliar se seriam ou não incineradas, conforme a qualidade que apresentavam.
Portanto, tinha previamente o conhecimento de valores, disposição das notas na caixa-forte e do tempo disponível para a operação -o que faz a PF acreditar que houve, inicialmente, a colaboração de algum servidor contratado ou terceirizado para os serviços de segurança do Banco Central em Fortaleza.
Procurado pela Folha, o delegado Antonio Celso Santo disse que nenhum dos três presos anteontem é servidor ou prestador de serviços do BC.
Alemão montou uma equipe para o crime e gastou R$ 400 mil para escavar durante quatro meses o túnel de 80 metros que, pelo subterrâneo, com as dicas do informante, chegou às notas sem ser flagrado pelas câmeras do sistema de segurança.
De acordo com a investigação da PF, após o assalto ao BC, Alemão destinou pelo menos R$ 10 mil ao PCC.
Os dados registrados no inquérito relativo ao caso indicam que cada um dos envolvidos teria ficado com R$ 4,9 milhões, com exceção de Alemão, que pode ter se apropriado de até R$ 10 milhões.


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