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Presos mais três acusados de furto ao BC em Fortaleza
Detidos são apontados como laranjas dos criminosos, segundo a Polícia Federal
Prisões ocorreram em Brasília; seis pessoas envolvidas no crime, que ocorreu no ano de 2005, continuam foragidas
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal prendeu
mais três envolvidos no caso do
furto de R$ 164 milhões ao Banco Central na unidade de Fortaleza em 2005. Os investigados são apontados como laranjas, ou seja, pessoas utilizadas
pelo grupo de 36 criminosos
envolvidos no crime.
Eles foram presos em Brasília, na última quarta-feira, mas
são personagens secundários
do caso: gerenciavam negócios
do grupo criminoso ou emprestaram seus nomes (sabendo ou
não) para a compra de bens na
tentativa de ocultar a origem da
soma milionária furtada.
Do total de envolvidos, a Polícia Federal, sob o comando do
delegado Antonio Celso dos
Santos, prendeu 26 investigados que tiveram participação
direta. Quatro outros morreram e seis continuam foragidos. As prisões feitas anteontem na capital federal não mudam o saldo dos participantes
procurados, segundo a PF.
A captura mais importante
do caso foi na última segunda,
em Brasília, de Antonio Jussivan Alves dos Santos, conhecido como Alemão, apontado como mentor do crime pela PF.
Ligado à facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital), ele teve acesso a informações privilegiadas por meio
de prestadores de serviços de
segurança à unidade do Banco
Central de Fortaleza.
Sabia que quantias substanciais eram levadas para a caixa
forte da instituição na cidade
para avaliar se seriam ou não
incineradas, conforme a qualidade que apresentavam.
Portanto, tinha previamente
o conhecimento de valores, disposição das notas na caixa-forte e do tempo disponível para a
operação -o que faz a PF acreditar que houve, inicialmente, a
colaboração de algum servidor
contratado ou terceirizado para os serviços de segurança do
Banco Central em Fortaleza.
Procurado pela Folha, o delegado Antonio Celso Santo
disse que nenhum dos três presos anteontem é servidor ou
prestador de serviços do BC.
Alemão montou uma equipe
para o crime e gastou R$ 400
mil para escavar durante quatro meses o túnel de 80 metros
que, pelo subterrâneo, com as
dicas do informante, chegou às
notas sem ser flagrado pelas câmeras do sistema de segurança.
De acordo com a investigação da PF, após o assalto ao BC,
Alemão destinou pelo menos
R$ 10 mil ao PCC.
Os dados registrados no inquérito relativo ao caso indicam que cada um dos envolvidos teria ficado com R$ 4,9 milhões, com exceção de Alemão,
que pode ter se apropriado de
até R$ 10 milhões.
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