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ASSISTÊNCIA SOCIAL
Instituto quer cassar certificado de entidades investigadas; LBV deve vender imóveis para quitar dívidas
INSS pedirá cancelamento de filantrópicas
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) pedirá ao Conselho Nacional de Assistência Social
a cassação do certificado de filantropia da maioria das 25 entidades que estão sendo investigadas
pelo órgão.
A LBV (Legião da Boa Vontade)
está na lista das entidades sob investigação. Os advogados da entidade comunicaram ao INSS que
venderão imóveis para quitar a
dívida de R$ 3 milhões que tem
com o órgão. O acerto do débito,
segundo os advogados, será feito
em 15 dias. Embora tenha um débito de R$ 29 milhões com o governo, a LBV aderiu ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) para pagar R$ 26 milhões.
Segundo o diretor de arrecadação do INSS, Valdir Simão, os advogados pediram ao instituto que
participe da venda dos imóveis
porque a instituição não tem certidão negativa de débitos para
realizar a operação.
"O INSS entrará no processo
autorizando a venda. Na autorização, o INSS vinculará o produto
da venda à quitação da dívida."
Ele explicou que isso não resolverá o problema da entidade. Se a
fiscalização na entidade comprovar que os diretores recebiam salários, por exemplo, a LBV terá o
certificado de filantropia negado.
A LBV está em fase de renovação do título de filantrópica. O
conselho decide se renova o pedido de revalidação do certificado.
A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou ontem a convocação do presidente da LBV, José
de Paiva Netto, para explicar as
denúncias de irregularidades. A
data ainda não foi definida.
A investigação envolvendo as 24
outras entidades, segundo Simão,
deve ser concluída nas próximas
semanas. A maioria das instituições não atende os limites de gratuidade definidos pela legislação
da filantropia. Algumas não repassaram ao INSS a contribuição
paga por seus funcionários.
Isso caracteriza crime de apropriação indébita. Ao pedir a cassação do certificado de filantropia
da maioria das 25 instituições, o
INSS tentará ainda fazer com que
as entidades paguem o que deixou de ser recolhido à Previdência
desde que obtiveram o certificado, em 1997.
Simão afirmou que a fiscalização das 200 maiores entidades filantrópicas deve terminar ainda
neste semestre. Essas instituições
deixam de recolher anualmente à
Previdência R$ 1,3 bilhão.
Isso representa 67% da isenção
previdenciária dada às mais de
6.000 entidades filantrópicas existentes no país. O total da renúncia
previdenciária é de R$ 2 bilhões.
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