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Plano de Kassab cria hora extra em escola
Até o final da gestão, prefeitura ampliará de 5 h para 7 h o total de aulas diárias para cerca de 1,1 milhão de alunos no ensino fundamental
As aulas extras não serão obrigatórias e podem ser em clubes-escola; extensão também ocorrerá no ensino infantil, de 4 h para 6 h
EVANDRO SPINELLI
MARIANA BARROS
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas horas extras de aulas
todos os dias para cerca de 1,3
milhão de alunos da rede municipal de ensino. Esta é uma das
promessas que o prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab
(DEM), incluiu no plano de metas que ele enviará à Câmara
nesta semana.
Até o final da sua gestão, Kassab promete ampliar para sete
as horas diárias de aula nas escolas municipais de ensino fundamental. A maior parte das escolas tem cinco horas de aula.
Há 1,1 milhão de alunos.
Na educação infantil, a proposta é estender a carga de quatro para seis horas -238,4 mil
crianças seriam beneficiadas.
Para começar a cumprir o objetivo, a prefeitura precisa acabar com o terceiro turno -um
período entre os turnos da manhã e da tarde, que reduz a carga horária em todos os períodos. Hoje, 12% das escolas da
rede ainda mantêm o terceiro
turno, com 3,5 horas diárias de
aula. Em 2005, de acordo com a
prefeitura, eram 75%.
Para Artur Costa Neto, diretor do Sinpro-SP (sindicato dos
professores), o aumento só deveria ocorrer após a extinção do
terceiro turno. "Temos uma
quantidade enorme de escolas
que não têm nem ainda as cinco
horas. Tudo bem que é uma
meta de aonde se quer chegar,
mas é preciso chegar a isso para
todas", afirma.
O terceiro turno acaba em
2010, segundo o secretário de
Educação, Alexandre Schneider, abrindo espaço para que
todos os alunos tenham ao menos cinco horas de aula por dia.
Só a partir daí o objetivo será
ampliar a carga horária. Uma
meta "ousada", disse. E há alguns "poréns" nessa história.
Primeiro que essas duas horas extras não serão obrigatoriamente na escola. No caso das
escolas de ensino fundamental,
podem ser, por exemplo, no
clube-escola mais próximo do
local onde o aluno estuda. Para
isso, depende de algumas
ações, como viabilizar o transporte dos alunos.
Mais um porém é a necessidade de ampliação da rede de
clubes-escola. Hoje são 40 unidades. Outra promessa incluída no plano de metas é a de instalar mais 200 em quatro anos.
Além disso, as aulas seriam
optativas no ensino fundamental. Ou seja, a prefeitura oferece, mas o pai pode optar por
não deixar o filho ir às atividades. Na prática, essa criança ficaria com cinco horas de aula
por dia, sem a carga estendida.
Nas escolas de ensino infantil, a carga horária extra seria
obrigatória.
O plano de metas é um relatório em que o prefeito se compromete com o que pretende
fazer na gestão. Kassab é o primeiro prefeito a elaborar o plano, tornado obrigatório por
meio de uma emenda à Lei Orgânica aprovada em 2008.
A Folha teve acesso a parte
do plano. Estão contempladas
as áreas de transporte coletivo,
trânsito, educação, saúde e habitação, entre outras.
De acordo com o secretário
de Planejamento e coordenador do plano, Manuelito Pereira Magalhães Jr., a base do relatório foi o programa de governo de Kassab, elaborado na
campanha eleitoral de 2008. A
ampliação da carga horária na
rede municipal, por exemplo,
já era citada na campanha.
Outra promessa, também incluída no plano de metas, é zerar o déficit de creches, hoje em
57,6 mil vagas, segundo dados
oficiais. Nem Magalhães Jr.
nem Schneider dizem como isso será feito -parcerias com a
iniciativa privada são uma hipótese. Essa já era uma promessa de campanha em 2004
que não foi cumprida.
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