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Governo "aluga" leitos particulares
DA AGÊNCIA FOLHA, EM
IMPERATRIZ (MA)
Juliana Tavares da Silva,
4, voltava da escola numa
terça-feira de março, em
Imperatriz (MA), quando
foi atingida por um caminhão. Gravemente ferida,
foi levada para o hospital
infantil da cidade, que não
tem UTI.
Horas depois, um juiz
ordenou a transferência
imediata de Juliana a um
leito de tratamento intensivo da rede particular. Todos os leitos infantis, porém, estavam ocupados. A
decisão não foi atendida. A
garota não resistiu aos ferimentos causados no acidente e morreu.
As crianças são as mais
prejudicadas com a falta
de UTIs em Imperatriz. Só
em 2009, ao menos 49
pessoas morreram à espera de um leito com ordem
judicial -dessas, 43 eram
crianças. Neste ano já foram 16 mortes na mesma
situação -sem contar a
pequena Mayara Coelho
Francelino, 8, que morreu
anteontem 18 horas depois de conseguir ir para
uma UTI.
A cidade tem apenas oito leitos pediátricos, todos
em hospitais particulares.
Três deles são "alugados"
pelo governo estadual e ficam à disposição do SUS.
Os outros cinco, da rede
privada, são frequentemente solicitados para
cumprimento de ordem
judicial. Não raro, porém,
estão todos ocupados.
A prefeitura pretende
implantar dez leitos de UTI
infantil no hospital municipal. Conseguiu, na sexta-feira, R$ 5 milhões do governo estadual para começar a implantá-los. Ainda
não sabe, porém, como irá
mantê-los e não tem previsão para inauguração.
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