São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2010

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Governo "aluga" leitos particulares

DA AGÊNCIA FOLHA, EM IMPERATRIZ (MA)

Juliana Tavares da Silva, 4, voltava da escola numa terça-feira de março, em Imperatriz (MA), quando foi atingida por um caminhão. Gravemente ferida, foi levada para o hospital infantil da cidade, que não tem UTI.
Horas depois, um juiz ordenou a transferência imediata de Juliana a um leito de tratamento intensivo da rede particular. Todos os leitos infantis, porém, estavam ocupados. A decisão não foi atendida. A garota não resistiu aos ferimentos causados no acidente e morreu.
As crianças são as mais prejudicadas com a falta de UTIs em Imperatriz. Só em 2009, ao menos 49 pessoas morreram à espera de um leito com ordem judicial -dessas, 43 eram crianças. Neste ano já foram 16 mortes na mesma situação -sem contar a pequena Mayara Coelho Francelino, 8, que morreu anteontem 18 horas depois de conseguir ir para uma UTI.
A cidade tem apenas oito leitos pediátricos, todos em hospitais particulares. Três deles são "alugados" pelo governo estadual e ficam à disposição do SUS. Os outros cinco, da rede privada, são frequentemente solicitados para cumprimento de ordem judicial. Não raro, porém, estão todos ocupados.
A prefeitura pretende implantar dez leitos de UTI infantil no hospital municipal. Conseguiu, na sexta-feira, R$ 5 milhões do governo estadual para começar a implantá-los. Ainda não sabe, porém, como irá mantê-los e não tem previsão para inauguração.


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