São Paulo, terça-feira, 29 de março de 2011

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Kassab leva "bico oficial" de PMs para a periferia

Policiais receberão para fiscalizar ambulantes e áreas de risco na folga

Ação deverá mobilizar 3.500 homens e custará R$ 100 mi; a prefeitura paga o PM e o governo dá carro, farda e armas

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab vai estender a toda a cidade a partir de abril a contratação de policiais militares de folga para atuar na fiscalização do comércio ambulante e da ocupação de áreas de risco.
Hoje, o chamado "bico oficial" de PMs -quando policiais em folga trabalham para a prefeitura- já existe em 14 das 31 subprefeituras.
Iniciada em 2009, a Operação Delegada mirou primeiro pontos de comércio popular, como a rua 25 de Março (Sé), os largos 13 (Santo Amaro) e da Concórdia (Brás) e a rua José Paulino (Bom Retiro).
Em 2010, foi ampliada para bairros como Pinheiros, Vila Mariana, Lapa e Mooca e atraiu 2.650 PMs, com um investimento de R$ 24,9 milhões do Orçamento.
Agora, chegará a regiões da extrema periferia, deverá mobilizar 3.500 policiais e terá um investimento neste ano de R$ 100 milhões. A prefeitura paga a hora trabalhada pelo policial, e o governo fornece carros, fardas, armas e munições (veja quadro).
Embora o foco continue sendo o comércio ilegal, a chegada da operação à periferia abre espaço para outra frente: o combate às ocupações em áreas de risco.
Entre os bairros que serão incluídos estão nove dos dez campeões em áreas de risco, como M'Boi Mirim, Capela do Socorro, Perus e Butantã.
A única região onde já há definição da atuação de PMs no combate à ocupação de áreas de risco é a da favela Tiquatira, na Penha (leste).

FISCALIZAÇÃO
Para Carlos Augusto Sousa Silva, presidente do Sindguardas (sindicato dos guardas-civis), a política é "um equívoco" da atual gestão.
Segundo ele, quando Kassab assumiu, em 2006, havia 6.200 guardas -hoje, o efetivo é de 6.500, quando deveria estar perto de 10 mil.
"A operação está tapando um buraco da política de segurança do governo do Estado", diz, sobre a alegação de que o convênio inibe crimes.
Segundo o governo e a prefeitura, a parceria reduziu a criminalidade em 70%, em média. Na rua 25 de Março, apontam diminuição de 59% nos roubos e 20% nos furtos.


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