São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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SAÚDE NA UTI

União propõe retomar quatro unidades que eram municipais desde 99; para Maia, é "excelente começo"

Ministério faz nova proposta para o Rio

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério da Saúde apresentou ontem à Secretaria Municipal de Saúde do Rio uma nova proposta para a rede hospitalar da cidade que, segundo as autoridades federais, representa um ganho direto e indireto de R$ 360 milhões para o município neste ano.
A proposta é mais ampla do que a feita antes da intervenção federal, em 11 de março, e inclui a volta à gestão federal de quatro hospitais municipalizados em 1999.
O diretor do Departamento de Atenção Especializada do ministério, Arthur Chioro, disse que essa é a melhor proposta que o ministério pode fazer. O secretário de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, disse que ela é um avanço. O prefeito Cesar Maia (PFL) a definiu como "excelente começo".
A disputa entre o ministério e a prefeitura se arrasta desde o início do ano, quando Maia ameaçou devolver ao governo federal unidades federais municipalizadas, caso não houvesse reajuste nos valores repassados ao município.
Após várias tentativas de acordo, o governo decretou a intervenção em seis hospitais e desabilitou o município da gestão dos recursos do SUS alegando calamidade pública. Uma decisão da semana passada do STF devolvendo dois hospitais à prefeitura fez com que a negociação fosse retomada.
Um ponto polêmico na proposta é a exigência de que, ao aceitar a devolução de quatro hospitais municipalizados, a prefeitura desista de cobrar mais recursos para manter as 28 unidades federais que passaram ao município desde 1995. Para Chioro, ao assumir de volta a gestão dos hospitais, o ministério vai desonerar em R$ 165 milhões por ano a prefeitura, responsável pela gestão até a intervenção. Coelho rejeita o cálculo, mas diz que a prefeitura está disposta a chegar a um acordo.
O acordo proposto não altera a situação do município quanto à gestão dos recursos do SUS. O ministério havia desabilitado a prefeitura da gestão de cerca de R$ 780 milhões e repassado a obrigação ao Estado. Chioro admitiu que a proposta é "um passo atrás" na filosofia do SUS, que quer incentivar a descentralização.


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