São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fura-Fila chegaria à zona leste já saturado, diz estudo

Dado consta de relatório encomendado pelo Estado ao urbanista Candido Malta

Cada composição do metrô leve, substituto do Fura-Fila, tem capacidade para mil pessoas por vez, contra cem dos ônibus convencionais


DA REPORTAGEM LOCAL

A alteração do modelo para finalizar o antigo Fura-Fila ocorreu porque técnicos da prefeitura e do Estado concluíram que o Expresso Tiradentes chegaria ao ponto final, no extremo da zona leste, já saturado pelo excesso de passageiros.
Esse dado consta de relatório do urbanista Candido Malta, contratado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos para fazer a revisão do Pitu (Plano Integrado de Transportes Urbanos). O estudo foi entregue ao Estado em dezembro.
Com a troca dos ônibus pelo metrô leve, aumenta a capacidade de transporte na linha. Cada composição do metrô leve poderá levar até mil pessoas de cada vez, contra cerca de cem dos ônibus convencionais.
Segundo estimativa da prefeitura e do Estado, juntos, o Expresso Tiradentes e o ramal Oratório da linha 2 do metrô, que teriam funções complementares, transportariam no máximo 240 mil pessoas ao dia. No metrô leve, serão 450 mil. Dessa forma, o ramal Oratório não será mais implantado.
Também há componentes políticos por trás da decisão, já que, na campanha eleitoral do ano passado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra (PSDB) foram criticados por Marta Suplicy (PT) por abandonarem a ideia de levar o metrô a São Mateus, como estava previsto no Pitu.
O Estado alegava que a construção do Expresso Tiradentes, ainda no formato de corredor exclusivo, resolvia o problema de demanda naquela região.
Agora, diz o secretário estadual José Luiz Portela (Transportes Metropolitanos), estará "resolvido" o déficit do transporte ferroviário na zona leste.
Ontem, apesar da previsão de queda de até R$ 3 bilhões no Orçamento, Kassab declarou que tem recursos para garantir o repasse de R$ 1 bilhão para o Metrô neste novo mandato.
Sem explicar qual seria a fonte dessa verba, o prefeito disse já ter encontrado uma saída para manter o investimento até 2012, seu último ano no cargo.
Antes, estava em estudo pela prefeitura usar dinheiro vindo das operações urbanas -elas geram recursos com a venda de títulos públicos que permitem ao comprador construir uma metragem maior do que permite a lei de zoneamento.
No entanto, como o traçado do Expresso Tiradentes está fora das áreas em que há operações urbanas em curso, a lei não permite que o projeto receba esse repasse. (EVANDRO SPINELLI e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


Texto Anterior: Projeto nasceu errado, dizem especialistas
Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: À procura de um olhar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.