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Fura-Fila chegaria à zona leste já saturado, diz estudo
Dado consta de relatório encomendado pelo Estado ao urbanista Candido Malta
Cada composição do metrô leve, substituto do Fura-Fila, tem capacidade para mil pessoas por vez, contra cem dos ônibus convencionais
DA REPORTAGEM LOCAL
A alteração do modelo para
finalizar o antigo Fura-Fila
ocorreu porque técnicos da
prefeitura e do Estado concluíram que o Expresso Tiradentes
chegaria ao ponto final, no extremo da zona leste, já saturado
pelo excesso de passageiros.
Esse dado consta de relatório
do urbanista Candido Malta,
contratado pela Secretaria de
Transportes Metropolitanos
para fazer a revisão do Pitu
(Plano Integrado de Transportes Urbanos). O estudo foi entregue ao Estado em dezembro.
Com a troca dos ônibus pelo
metrô leve, aumenta a capacidade de transporte na linha.
Cada composição do metrô leve poderá levar até mil pessoas
de cada vez, contra cerca de
cem dos ônibus convencionais.
Segundo estimativa da prefeitura e do Estado, juntos, o
Expresso Tiradentes e o ramal
Oratório da linha 2 do metrô,
que teriam funções complementares, transportariam no
máximo 240 mil pessoas ao dia.
No metrô leve, serão 450 mil.
Dessa forma, o ramal Oratório
não será mais implantado.
Também há componentes
políticos por trás da decisão, já
que, na campanha eleitoral do
ano passado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra (PSDB) foram
criticados por Marta Suplicy
(PT) por abandonarem a ideia
de levar o metrô a São Mateus,
como estava previsto no Pitu.
O Estado alegava que a construção do Expresso Tiradentes,
ainda no formato de corredor
exclusivo, resolvia o problema
de demanda naquela região.
Agora, diz o secretário estadual José Luiz Portela (Transportes Metropolitanos), estará
"resolvido" o déficit do transporte ferroviário na zona leste.
Ontem, apesar da previsão de
queda de até R$ 3 bilhões no
Orçamento, Kassab declarou
que tem recursos para garantir
o repasse de R$ 1 bilhão para o
Metrô neste novo mandato.
Sem explicar qual seria a fonte dessa verba, o prefeito disse
já ter encontrado uma saída para manter o investimento até
2012, seu último ano no cargo.
Antes, estava em estudo pela
prefeitura usar dinheiro vindo
das operações urbanas -elas
geram recursos com a venda de
títulos públicos que permitem
ao comprador construir uma
metragem maior do que permite a lei de zoneamento.
No entanto, como o traçado
do Expresso Tiradentes está fora das áreas em que há operações urbanas em curso, a lei não
permite que o projeto receba
esse repasse.
(EVANDRO SPINELLI e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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