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REGINA CARNEIRO (1921-2009)
A bibliotecária e a "catalogação na fonte"
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Livros, há de todos os tipos. Grandalhões, miúdos,
com fotos e/ou ilustrações,
ou os que trazem só palavras.
Boa parte possui uma ficha,
logo no começo, com nome
do autor, título, ano e assunto. Graças a Regina Carneiro.
No Brasil, a ideia de que as
obras deveriam sair das gráficas com essas informações,
adotando-se assim o sistema
de "catalogação na fonte",
partiu dela, nos anos 70.
Ex-professora de biblioteconomia da USP, foi também
bibliotecária-chefe da CBL
(Câmara Brasileira do Livro). Zanizer Chaves, hoje no
mesmo cargo que Regina teve na câmara, lembra: "Ela
descobriu que a biblioteca do
Congresso, em Washington,
usava um padrão e foi até lá
ver como era".
Regina foi a primeira a defender a "catalogação na fonte" para o mercado editorial
brasileiro, facilitando a troca
de informações sobre obras.
Como lembra o sobrinho
Marcello, que herdou da tia
uma coleção inteira de Machado de Assis, ela era uma
"devoradora de livros". Tinha uma queda por contos de
autores ingleses.
Segundo Luís, sobrinho-neto com quem ela morava,
Regina estava com muita
vontade de rever os cinco sobrinhos de Ribeirão Preto.
Na terça, Dia de Tiradentes,
os cinco vieram visitá-la.
Dois dias depois, morreu aos
87, após dar entrada no hospital com início de pneumonia. Sofreu uma trombose.
A missa de sétimo dia será
hoje, às 10h, na paróquia São
José, SP. Não deixa filhos.
obituario@grupofolha.com.br
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