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Três policiais são suspeitos de extorsão
Dois são da Polícia Civil e um é da PM; suspeita é que eles extorquiam dinheiro de donos de lojas de suplementos alimentares
Gaeco investigará 30 estabelecimentos para descobrir se eles vendiam irregularmente produtos que têm uso controlado
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao menos dois policiais civis
do Denarc (departamento de
narcóticos) e um policial militar são investigados pelo Ministério Público Estadual sob a
suspeita de manter um esquema para extorquir dinheiro de
donos de 30 lojas de suplementos alimentares em Santos e
Campinas (a 85 km e a 95 km de
São Paulo, respectivamente).
O Gaeco (Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime
Organizado) do Ministério Público em Santos prendeu anteontem na cidade dois "gansos" (informantes que se passam por policiais), acusados de
ajudar os policiais nos crimes.
Anderson Marques, 26, e Antonio Carlos Couto, 42, foram
presos em flagrante ao receber
R$ 3.000 de um comerciante de
Santos, dono de uma loja de suplementos alimentares.
Existe a suspeita de que os
dois presos tenham praticado
os mesmos crimes em Sorocaba (a 99 km SP). O Gaeco investigará as 30 lojas de suplementos alimentares para descobrir
se os locais vendiam irregularmente ou não produtos controlados, como anabolizantes.
A vítima era ameaçada pelos
cinco suspeitos há um mês. Os
policiais do Denarc, o PM e os
"gansos", segundo a Promotoria, exigiam o dinheiro para não
acusar o comerciante de venda
ilegal de produtos controlados.
Com os presos, o promotor
Cássio Roberto Conserino
apreendeu endereços, telefones e outras referências de 30
lojas de suplementos alimentares em Santos e Campinas.
Duas ordens de serviço supostamente assinadas por um
delegado do Denarc e que autorizava diligências dos suspeitos
em Santos e Campinas também
foram apreendidas, mas os documentos ainda têm sua autenticidade investigada. O delegado também é investigado.
Os policiais civis do Denarc
apontados pelos dois presos e
pelo comerciante vítima da extorsão são os carcereiros Edilson Aparecido Queiroz e Glauco Robson Alves Barbosa.
Atualmente, os dois trabalham no abastecimento de veículos do Denarc.
O PM apontado como integrante do esquema é Fábio José Ascenso, 27, que trabalha no
9º Batalhão (zona norte de SP).
Segundo Conserino, Ascenso
também é investigado sob a
suspeita de ter atirado na ex-namorada de um traficante, no
sábado, em Praia Grande.
A mulher sobreviveu, mas
seu então namorado morreu.
Dias antes do crime, a vítima
denunciou o PM à polícia por
planejar roubos em Santos.
Os policiais civis e o PM são
acusados pelo Gaeco de formação de quadrilha e extorsão. Os
"gansos" também são acusados
de falsidade ideológica, por se
passarem por policiais.
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