São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Três policiais são suspeitos de extorsão

Dois são da Polícia Civil e um é da PM; suspeita é que eles extorquiam dinheiro de donos de lojas de suplementos alimentares

Gaeco investigará 30 estabelecimentos para descobrir se eles vendiam irregularmente produtos que têm uso controlado


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao menos dois policiais civis do Denarc (departamento de narcóticos) e um policial militar são investigados pelo Ministério Público Estadual sob a suspeita de manter um esquema para extorquir dinheiro de donos de 30 lojas de suplementos alimentares em Santos e Campinas (a 85 km e a 95 km de São Paulo, respectivamente).
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público em Santos prendeu anteontem na cidade dois "gansos" (informantes que se passam por policiais), acusados de ajudar os policiais nos crimes.
Anderson Marques, 26, e Antonio Carlos Couto, 42, foram presos em flagrante ao receber R$ 3.000 de um comerciante de Santos, dono de uma loja de suplementos alimentares.
Existe a suspeita de que os dois presos tenham praticado os mesmos crimes em Sorocaba (a 99 km SP). O Gaeco investigará as 30 lojas de suplementos alimentares para descobrir se os locais vendiam irregularmente ou não produtos controlados, como anabolizantes.
A vítima era ameaçada pelos cinco suspeitos há um mês. Os policiais do Denarc, o PM e os "gansos", segundo a Promotoria, exigiam o dinheiro para não acusar o comerciante de venda ilegal de produtos controlados.
Com os presos, o promotor Cássio Roberto Conserino apreendeu endereços, telefones e outras referências de 30 lojas de suplementos alimentares em Santos e Campinas.
Duas ordens de serviço supostamente assinadas por um delegado do Denarc e que autorizava diligências dos suspeitos em Santos e Campinas também foram apreendidas, mas os documentos ainda têm sua autenticidade investigada. O delegado também é investigado.
Os policiais civis do Denarc apontados pelos dois presos e pelo comerciante vítima da extorsão são os carcereiros Edilson Aparecido Queiroz e Glauco Robson Alves Barbosa.
Atualmente, os dois trabalham no abastecimento de veículos do Denarc.
O PM apontado como integrante do esquema é Fábio José Ascenso, 27, que trabalha no 9º Batalhão (zona norte de SP).
Segundo Conserino, Ascenso também é investigado sob a suspeita de ter atirado na ex-namorada de um traficante, no sábado, em Praia Grande.
A mulher sobreviveu, mas seu então namorado morreu. Dias antes do crime, a vítima denunciou o PM à polícia por planejar roubos em Santos.
Os policiais civis e o PM são acusados pelo Gaeco de formação de quadrilha e extorsão. Os "gansos" também são acusados de falsidade ideológica, por se passarem por policiais.


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