São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Modelo policial do país impõe desafios à segurança pública

PAULA MIRAGLIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O orçamento é uma ferramenta básica de gestão pública. Um indicativo das prioridades, bem como da capacidade executiva do Estado.
No Brasil, por muito tempo, a segurança pública teve boa parte de seu orçamento aplicada em armas e viaturas, o que revelava a falta de um projeto complexo de prevenção e combate ao crime.
Nesse sentido, vale a pena refletir sobre os gastos com segurança em São Paulo.
Como entender a diferença de tratamento dado às corporações? A Polícia Civil precisa menos de dinheiro? As delegacias são adequadas? Os policiais, bem treinados? Os salários são compatíveis com a responsabilidade da carreira?
Uma boa resposta está na avaliação da qualidade do serviço prestado no Estado.
Estima-se que 60% dos homicídios cometidos em São Paulo não são solucionados.
Esse é um dos princípios fundamentais de qualquer política de segurança pública que se pretenda eficiente.
Como explicar, portanto, que justamente a polícia responsável pela investigação não tenha recebido todos os investimentos necessários?
Tal diferença levanta ainda uma questão de fundo: qual é o projeto de política de segurança pública que a secretaria do Estado pretende empreender? E, nesse projeto, como se articulam e equacionam policiamento ostensivo, inteligência policial e políticas de prevenção?
O modelo brasileiro, com duas polícias com atribuições distintas, impõe desafios já conhecidos para a segurança no país. Cabe à boa gestão da política e dos recursos a tarefa de superá-los.

PAULA MIRAGLIA é diretora-geral do International Centre for the Prevention of Crime - ICPC


Texto Anterior: Estado investe mais na PM e economiza com Polícia Civil
Próximo Texto: Gasto com Polícia Militar ajuda a Civil, diz secretaria
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.