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Para Marrey, invasores devem procurar a Justiça
Secretário da Justiça afirma diz que decretos não ferem a legislação estadual
Segundo encontro entre alunos e Marrey acabou em novo impasse; secretário afirma que só negocia se a reitoria for desocupada
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após mais uma reunião que
terminou em impasse entre o
governo do Estado e os alunos
que ocupam a reitoria da USP
há 26 dias, o secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey, disse ontem que os manifestantes
devem ir à Justiça para tentar
reverter as medidas que eles
entendem ser ilegais.
"Os alunos dizem que há inconstitucionalidades. Coloquei
então que a forma própria de
contestar esses textos é no Judiciário", disse Marrey.
O secretário afirmou que os
decretos não ferem a legislação,
e que aceita "propostas da sociedade". Para avançar na negociação, porém, disse que os
alunos têm de sair. A Justiça
concedeu no dia 16 um pedido
de reintegração de posse, que
não foi cumprido. Após a reunião, os alunos alegaram que as
negociações não avançaram
mais e decidiram em assembléia, com 1000 presentes , que
vão continuar na reitoria .
Para o diretor do Sindicato
dos Trabalhadores da USP
-entidade que também participa da invasão- Magno de
Carvalho, o "governo quer empurrar o caso para a Justiça para arrastá-lo por anos".
No encontro de ontem, o segundo em quatro dias, os alunos afirmaram que os decretos
do governador José Serra
(PSDB) contêm outras inconstitucionalidades, além do ataque à autonomia universitária.
Após a reunião, eles não enumeraram todos os pontos, mas
disseram que uma das bases da
argumentação era uma análise
do jurista Dalmo Dallari.
Um dos pontos citados por
Dallari é que a criação da Secretaria de Ensino Superior fere a
Constituição Estadual. Para
ele, a nova pasta teria de ser
analisada pela Assembléia Legislativa, já que o governador só
pode criar secretarias por decreto quando não há aumento
de despesas nem criação ou extinção de órgãos. A pasta das
universidades públicas paulistas (USP, Unesp e Unicamp) foi
criada por decreto na qual a Secretaria de Turismo passou a
ser de Ensino Superior.
Marrey sustenta que não
houve aumento de despesa
nem criação de cargos para a
criação da secretaria, logo, não
feriu a constituição. Suely Vilela, reitora da USP, participou
do encontro e espera uma desocupação pacífica da reitoria.
Com colaboração de MARIANA BENEVIDES
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