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Mercado vai piorar tráfego já saturado da Pompéia
Sonda, que será aberto até novembro, terá movimento de até 7.000 pessoas por dia
Região tem trânsito ruim desde a abertura do shopping Bourbon, em março; moradora da área
diz que "vai parar tudo"
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A região da Pompéia, na zona
oeste, que desde a abertura do
Bourbon Shopping Pompéia,
em março, enfrenta novos congestionamentos, terá outro pólo gerador de trânsito em breve:
um supermercado Sonda deve
ser inaugurado a um quarteirão
do shopping até novembro.
A unidade, na esquina das
ruas Clélia e Carlos Vicari, deverá ter cerca de 3.500 metros
quadrados. A empresa estima
um público diário no supermercado de 5.000 a 7.000 pessoas e informa que a garagem
vai ter 350 vagas. Antes do início da obra, o terreno funcionava como um bolsão de estacionamento e era bastante usado
por usuários do Sesc Pompéia,
que fica em frente ao local.
Um dos principais acessos ao
supermercado será pela rua
Turiaçu, que também é uma
das entradas do Bourbon.
"Vai parar tudo. À tarde, isso
aqui já não anda; se abrir outra
coisa ali na frente, a gente não
vai conseguir chegar em casa",
afirma a dentista Renata Pinto,
26, que mora a cem metros do
novo shopping.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não comentou a abertura do supermercado -o órgão não tem poder de
veto sobre a instalação de empreendimentos, ainda que eles
causem impacto no trânsito.
No caso do Bourbon -em
que a garagem tem 3.000 vagas-, a companhia calculava
que entre 1.800 e 2.100 carros a
mais circulariam na região. O
Sonda diz que o projeto tem
"boas áreas de escape" na entrada e na saída para atenuar o
efeito no trânsito local.
O presidente da Consabs
(Conselho das Associações de
Amigos de Bairro da Região da
Lapa), José Benedito Morelli,
diz que "dá até dó" dos moradores de Pompéia e de Perdizes.
"Eles estão perdendo totalmente o sentido de comunidade. Logo, vão estar expulsos de
suas casas."
Dinheiro guardado
Ele lembra que a Operação
Urbana Água Branca tem cerca
de R$ 36 milhões para a realização de obras. A operação arrecada outorga onerosa dos empreendimentos, um pagamento que permite a eles construir
acima do limite na região.
"Faz quatro anos que nós pedimos um anel viário ali e a situação só piora", disse Morelli.
A Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) diz que a
maior parte do dinheiro da
Operação Água Branca entrou
nos últimos dois anos e alguns
projetos foram aprovados neste ano, mas ainda não há nem
sequer licitação, etapa que precede a execução das obras.
A obra do supermercado tem
autorização da Secretaria de
Habitação. Segundo a assessoria do Sonda, não foi preciso pagar outorga onerosa.
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