São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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Mercado vai piorar tráfego já saturado da Pompéia

Sonda, que será aberto até novembro, terá movimento de até 7.000 pessoas por dia

Região tem trânsito ruim desde a abertura do shopping Bourbon, em março; moradora da área diz que "vai parar tudo"

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A região da Pompéia, na zona oeste, que desde a abertura do Bourbon Shopping Pompéia, em março, enfrenta novos congestionamentos, terá outro pólo gerador de trânsito em breve: um supermercado Sonda deve ser inaugurado a um quarteirão do shopping até novembro.
A unidade, na esquina das ruas Clélia e Carlos Vicari, deverá ter cerca de 3.500 metros quadrados. A empresa estima um público diário no supermercado de 5.000 a 7.000 pessoas e informa que a garagem vai ter 350 vagas. Antes do início da obra, o terreno funcionava como um bolsão de estacionamento e era bastante usado por usuários do Sesc Pompéia, que fica em frente ao local.
Um dos principais acessos ao supermercado será pela rua Turiaçu, que também é uma das entradas do Bourbon.
"Vai parar tudo. À tarde, isso aqui já não anda; se abrir outra coisa ali na frente, a gente não vai conseguir chegar em casa", afirma a dentista Renata Pinto, 26, que mora a cem metros do novo shopping.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não comentou a abertura do supermercado -o órgão não tem poder de veto sobre a instalação de empreendimentos, ainda que eles causem impacto no trânsito.
No caso do Bourbon -em que a garagem tem 3.000 vagas-, a companhia calculava que entre 1.800 e 2.100 carros a mais circulariam na região. O Sonda diz que o projeto tem "boas áreas de escape" na entrada e na saída para atenuar o efeito no trânsito local.
O presidente da Consabs (Conselho das Associações de Amigos de Bairro da Região da Lapa), José Benedito Morelli, diz que "dá até dó" dos moradores de Pompéia e de Perdizes. "Eles estão perdendo totalmente o sentido de comunidade. Logo, vão estar expulsos de suas casas."

Dinheiro guardado
Ele lembra que a Operação Urbana Água Branca tem cerca de R$ 36 milhões para a realização de obras. A operação arrecada outorga onerosa dos empreendimentos, um pagamento que permite a eles construir acima do limite na região.
"Faz quatro anos que nós pedimos um anel viário ali e a situação só piora", disse Morelli.
A Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) diz que a maior parte do dinheiro da Operação Água Branca entrou nos últimos dois anos e alguns projetos foram aprovados neste ano, mas ainda não há nem sequer licitação, etapa que precede a execução das obras.
A obra do supermercado tem autorização da Secretaria de Habitação. Segundo a assessoria do Sonda, não foi preciso pagar outorga onerosa.


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