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Brasil investe bem menos que o Chile no ensino primário, segundo relatório
DA SUCURSAL DO RIO
Além de ter professores insatisfeitos com seus salários, o
Brasil também não é o país que
mais investe no ensino. O gasto
médio brasileiro por aluno do
ensino primário, de US$ 1.159, é
bem superior ao de países que
estão no fim da fila, como Peru
(US$ 479) ou Índia (US$ 484),
mas fica bem abaixo do Chile
(US$ 2.120), segundo o relatório da Unesco.
Na comparação dos valores
em dólares, a entidade leva em
conta o custo de vida em cada
um dos 11 países em desenvolvimento incluídos no estudo.
Para Vincent Defourny, representante da Unesco no país,
a distância do Brasil em relação
ao Chile mostra que seria possível investir mais.
Ele destaca que o relatório
também mostra que, enquanto
no Brasil a média de tempo de
um aluno em sala de aula é de
800 horas por ano, no Chile ela
chega a 1.200 horas.
"Uma educação de melhor
qualidade é também uma educação em que o aluno passa
mais tempo em sala. Isso certamente tem um custo, mas que
se reflete na qualidade", afirma
Defourny.
O representante da Unesco
afirma ainda que um ponto
importante do relatório e comum a todos os países analisados é o alto grau de desigualdade nas condições de acesso à
educação.
"A escola não está funcionando como um corretor das desigualdades nesses países."
Família
O estudo da Unesco também
analisou algumas características familiares que normalmente interferem de forma negativa no desempenho dos estudantes.
Entre os países analisados, o
Brasil aparece com percentuais
acima da média no caso de alunos que vivem em casas onde
há menos de 25 livros disponíveis e no de famílias monoparentais, ou seja, em que há só a
mãe ou o pai.
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