São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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Policial é arrastado e morto após ir à favela só

Segundo a polícia, suspeito do crime recebeu uma intimação para a sua mãe e matou o agente com a arma do policial

Policial foi arrastado por cerca de cem metros em favela de Santo André após ser esfaqueado e baleado; ele havia ido entregar intimação

DO "AGORA"

Um policial civil foi assassinado, com sua própria arma, após ir sozinho na manhã de ontem a uma favela na periferia de Santo André (ABC). Segundo a polícia, o investigador foi ao Morro do Kibom entregar uma intimação. O assassino abriu a porta, o esfaqueou pelas costas, tomou a arma dele e o baleou. O policial foi arrastado pela favela.
Segundo a polícia, Claudionor Pereira de Souza, 57, levou a intimação até um barraco na favela e foi atendido por Reinaldo Pereira da Silva, 23. Ele teria chegado a assinar a intimação endereçada à mãe dele, Clarice da Silva, testemunha de tentativa de estupro e homicídio. Ela não estava em casa.
O assassino, que estaria cortando um abacaxi, esperou o investigador virar de costas e o atingiu na nuca com uma faca. Em seguida, o rapaz teria tomado o revólver do policial e o baleado. A polícia ainda não sabe quantos atingiram o investigador devido ao grande número de ferimentos no corpo.
O policial foi arrastado por cerca de cem metros na favela. Para isso, ele teve a ajuda de um homem, segundo a polícia. Depois, ele foi levado até o carro oficial dele, uma Land Rover.
Segundo investigadores que estavam no local, os homens teriam atirado no tanque do veículo, na tentativa de fazê-lo pegar fogo. "A polícia chegou muito rápido depois dos tiros", contou um morador da favela. A vítima foi levada até um pronto-socorro de Santo André, mas não resistiu.
Para a polícia, o homem que abriu a porta da casa e atacou o policial pode ser o autor da tentativa de estupro e tentativa de homicídio que consta na intimação. "Constava como autor do crime um "Ronaldo". Acreditamos que, na verdade, poderia ser o Reinaldo", disse o delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos. O rapaz tinha sido solto da prisão havia pouco tempo, após cumprir pena por roubo.
Clarice, mãe do suspeito e a quem a intimação era endereçada, está sob custódia da polícia e prestou depoimento.
Após o crime, cerca de 150 policiais ocuparam a favela. Helicópteros foram usados nas buscas, que, disse o delegado, continuariam na madrugada.
O policial morto estava havia 17 anos na corporação e trabalhava atualmente no 6º Distrito Policial de Santo André. Ele era casado e tinha três filhos.


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