São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011 |
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Escolas resgatam o almoço em família Colégios criam espaço e estimulam pais a fazer refeições com filhos durante a semana, algo cada vez mais raro Objetivo é aproximar a família do ambiente escolar e fornecer aos "pais apressados" um tempo com seus filhos
JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO Como quem não quer nada, João Pedro, 6, contou ao pai, o analista de sistemas Marco Antonio Chaves, 37, que alguns colegas almoçavam com os pais na escola. Foi a deixa para a estreia de Marco Antonio no refeitório do colégio São Luís, na capital, na quinta-feira. Diante de casais cada vez mais ocupados com o trabalho, colégios particulares de São Paulo e outros Estados têm oferecido a opção de os pais "fugirem" do escritório para almoçar com os filhos que fazem atividades extracurriculares durante a tarde. Ao menos 20 colégios ouvidos pela Folha (na capital, interior e outros Estados) aderiram à iniciativa. Além de observar como o filho se alimenta, é uma tentativa de resgatar o almoço em família. O encontro é aberto a pais de alunos de todas as idades, mas acaba funcionando mais com crianças de até dez anos, dizem as escolas. "Ele já cobrou quando vou vir de novo. Eu disse: "Quando tiver macarrão". Agora, ele não vai parar de procurar no cardápio", brinca Chaves. No São Luís, o pai estreante sentou-se atrás de uma veterana, a advogada Dolores Cabana de Carvalho, 46. Duas vezes por semana, há três anos, ela sai do escritório na Paulista para matar a saudade de Matheus, 7. "Não tem remédio melhor que ganhar um beijo no meio do expediente", afirma. DE OLHO A refeição é cobrada como num restaurante normal e também acontece nos colégios Humboldt, Santa Cruz, Porto Seguro e Pio 12, na capital, Auxiliadora (Ribeirão Preto) e D'Incao (Bauru). No Miguel de Cervantes, os pais podem agendar um almoço mensal. No Sidarta, acontece às sextas e, esporadicamente, no Liceu Pasteur (capital) e no Carlos Chagas Filho (São José do Rio Preto). A rede Marista oferece o almoço com os pais em nove escolas do grupo -em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal. No Colégio Marista Arquidiocesano, na capital, de 30 a 40 pais almoçam por dia na unidade, de 4.200 alunos. "Para a família, é um espaço de compensação na vida tão corrida", diz o diretor educacional, Chico Sedrez. No Marista de Ribeirão Preto, no interior paulista, três vezes por semana, o administrador de empresas Eduardo Stefanelli, 44, e a médica Renata Fedatto, 41, almoçam com os filhos Vitória, 12, e Leonardo, 11. "Além da praticidade, posso observar o que acontece na escola, os coleguinhas, funcionários, coisas rotineiras da escola", diz Renata. Próximo Texto: Rede pública deveria fazer o mesmo, diz pedagoga Índice | Comunicar Erros |
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