São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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Pedágio sobe 171% pós-privatização

DA REPORTAGEM LOCAL

A concessão das estradas paulistas à iniciativa privada elevou em 171% o custo total das tarifas de pedágio cobradas nessas rodovias para veículos de passeio. O cálculo foi feito pela Folha a partir dos dados fornecidos ao jornal pelas próprias concessionárias.
O reajuste mais recente está publicado hoje no "Diário Oficial" do Estado e entrará em vigor na segunda-feira, dia 1º de julho, como está previsto nos contratos. Com o reajuste, a menor tarifa será de R$ 0,60 e a maior de R$ 6,60.
Os números absolutos desse aumento acumulado são os seguintes: somadas as tarifas de pedágio cobradas antes da privatização nas rodovias que integram os 12 lotes já concedidos chega-se a um custo total de R$ 148,42 -valor já atualizado pelo IGP-M da FGV. Na segunda, a soma das tarifas cobradas nessas mesmas rodovias será de R$ 401,8 -171% a mais.
O programa de concessões das rodovias paulistas começou em março de 1998. De lá para cá, pelo mesmo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) -índice usado nos contratos para reajuste dos pedágios-, a inflação acumulada foi de 51,79%.
A diferença entre os índices evidencia, portanto, que o aumento do custo do pedágio na totalidade da malha privatizada não se explica apenas pelo ajuste das tarifas, mas, sobretudo, pela multiplicação dos pontos de cobrança.
Antes do início das privatizações, as rodovias hoje administradas pelas concessionárias tinham 28 praças de pedágio. Hoje, são 78 -mais duas ainda serão abertas.
A alta acumulada de 171% se refere à malha viária total -não significa que todos os usuários pagam hoje, em qualquer uma de suas viagens, exatamente esse montante a mais do que pagavam antes das concessões.
O custo da viagem antes e depois da privatização varia conforme o trajeto. Um motorista que costuma fazer o percurso de ida e volta São Paulo-Barretos, por exemplo, pagaria, antes da privatização, R$ 19,12 em valores atualizados. Hoje, paga R$ 43,2 -um aumento de 126%.
(SÍLVIA CORRÊA)

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