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PROSTITUIÇÃO
Suposto crime teria sido armado contra vice-governador do Amazonas, investigado pela CPI da Exploração Sexual
Garotas são acusadas de tentar extorsão
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Uma garota de 17 anos e a estudante Renata de Oliveira Guerreiro, 22, foram indiciadas pela Polícia Civil ontem sob acusação de
extorsão contra o vice-governador do Amazonas, Omar Aziz
(PFL).
O caso estava sendo investigado, em sigilo, desde o dia 17,
quando a adolescente foi detida
pela polícia, na zona centro-sul de
Manaus, no momento em que
exigia de Aziz, segundo o próprio
vice-governador, uma quantia em
dinheiro para não denunciá-lo
como um de seus clientes em programas sexuais.
A garota chegou a declarar a
Aziz que a delegada Graça Silva,
da Deapca (Delegacia Especializada de Assistência e Proteção à
Criança e ao Adolescente), estava
envolvida na extorsão. Em depoimento na Deapca, ela negou, e
ontem, em novo depoimento, disse que a denúncia contra Aziz e a
delegada era uma armação planejada por Renata Guerreiro, que
também foi indiciada por favorecimento à prostituição.
"Renata sugeriu que extorquisse o Omar porque ele estava sendo investigado por uma CPI", disse a garota, que afirmou que era
explorada sexualmente pela estudante desde os 15 anos. "Ela [Renata] agenciava programas sexuais com empresários e ganhava
R$ 30 pelo agenciamento", completou a adolescente, segundo
transcrição de seu depoimento.
O suposto envolvimento de
Omar Aziz -que é pré-candidato
à Prefeitura de Manaus- na
prostituição infantil veio à tona
no dia 26 de maio, quando ele foi
acusado pela delegada Graça Silva
de pressioná-la a não apresentar à
CPI de Exploração Sexual do
Congresso um inquérito no qual
era citado por uma menina de 15
anos. A CPI, que já o ouviu, notificou o vice-governador ao Ministério Público por obstrução dos
trabalhos da comissão.
Aziz nega seu envolvimento
tanto na prostituição infantil como na coação à delegada e pediu a
criação de uma CPI na Assembléia Legislativa do Amazonas para esclarecer o caso. Ao depor na
comissão estadual, a menina isentou o vice-governador.
Segundo a delegada Graça Silva,
a principal prova da tentativa de
extorsão contra Aziz é um aparelho de telefone celular apreendido
com a garota. Nele constam os
números telefônicos do irmão do
vice-governador Amin Aziz e do
empresário Murilo Rayol, que teria intermediado o encontro da
garota com o vice-governador,
desencadeando a prisão.
Renata Guerreiro negou a tentativa de extorsão e o aliciamento,
mas confirmou que a adolescente
a procurou no dia em que foi detida. "Ela [a garota] disse que ia receber muito dinheiro, mas que, se
demorasse a me procurar, é porque estaria morta", disse Renata
Guerreiro à Agência Folha.
Para a delegada Graça Silva, o
envolvimento de seu nome na
tentativa de extorsão foi feito para
denegrir sua imagem. "É uma armação muito estranha", disse.
O vice-governador Omar Aziz
disse que a garota contatou seu
amigo Murilo Rayol: "Nossa atitude foi chamar polícia, que está
fazendo a investigação".
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