|
Próximo Texto | Índice
Agente é assassinado em nova ação do PCC
Atentado, em Itapecerica da Serra, ocorre dois dias após a polícia matar 13 supostos integrantes da facção criminosa
Polícia prendeu um envolvido na ação, que disse que responsáveis pela morte estavam cumprindo ordem da facção criminosa
RICARDO GALLO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um agente penitenciário foi
assassinado a tiros ontem pela
manhã, em frente à casa onde
morava, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), em ação
que a polícia suspeita ter sido
articulada pelo PCC (Primeiro
Comando da Capital). Um homem foi preso e três suspeitos
foram identificados.
O crime ocorreu dois dias depois de a polícia matar 13 pessoas supostamente ligadas ao
PCC, minutos antes de uma
pretensa tentativa de ataque
contra agentes prisionais em
São Bernardo do Campo.
A vítima foi Nilton Celestino,
41, casado, pai de seis filhos, salário de cerca de R$ 2.000, há 15
anos no sistema prisional. De
folga, ele fazia bicos como pedreiro quando foi abordado por
três homens armados e que se
identificaram como policiais.
Eram cerca de 7h. Ao atendê-los, Celestino foi baleado com
mais de 20 tiros de escopeta calibre 12 e pistola 9mm, a maioria no peito, barriga e nas costas. Ele morreu na hora.
Policiais e agentes penitenciários, que consideraram o assassinato uma espécie de revanche de integrantes da facção criminosa, trabalham com
a iminência de novos ataques.
Os mortos em São Bernardo,
segundo a polícia, tinham a
missão de matar de cinco a 15
agentes penitenciários.
Segundo a polícia, a casa onde Celestino trabalhava como
pedreiro era vigiada pelos assassinos desde as 5h30 de ontem. Um sobrado a cerca de 100
metros da casa foi o local escolhido pelo grupo. Na noite de
anteontem, eles haviam procurado Renato Fernandes de Souza, 21, um dos donos da casa,
para fazer campana no local.
"Pelo depoimento do Renato,
eles disseram que tinham recebido ordem da facção criminosa [PCC] para matar, até sexta-feira, um agente penitenciário
que morava naquela região",
disse o delegado seccional de
Taboão da Serra, Erasmo Pedroso Filho.
Souza, que não tinha antecedentes criminais, foi preso.
"Eles me ameaçaram, eu não tinha saída", justificou.
Com base no relato dele, a
polícia disse ter identificado
outros três suspeitos, todos
com passagem pela polícia. Até
o início da noite de ontem, eles
não haviam sido encontrados.
O delegado suspeita de um
quarto envolvido no atentado.
O delegado, porém, evitou associar o crime à suposta tentativa frustrada de ataques do
PCC contra os agentes em São
Bernardo. "Estamos no início
da investigação."
Um colega de trabalho de Celestino, porém, disse não ter
dúvidas de que foi uma ação do
PCC. "Todos os agentes sabiam
que os detentos da cadeia estavam devendo para o partido
[PCC], porque eles tentaram
fazer uma rebelião na semana
passada e não conseguiram",
disse ele, que pediu para não
ser identificado. O governo do
Estado não confirmou ontem a
suposta tentativa de rebelião.
Colaborou o "Agora"
Próximo Texto: Perfil: Recusa em ajudar facção pode ter motivado morte Índice
|