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Prefeitura interdita 18 casas próximas ao prédio que ruiu
Já são sete os mortos em razão de desabamento em Recife; peritos da Polícia Civil investigam as causas do acidente
Edifício estava condenado desde 2005, após incêndio ocorrido em conflito entre policiais e sem-teto; gestão nega ter responsabilidade
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A Prefeitura de Recife vai interditar a partir de hoje 18 casas
localizadas nas imediações do
prédio de três andares que desabou na noite de anteontem,
no centro da cidade. Sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas no acidente.
As moradias, segundo a Defesa Civil, correm risco de serem
atingidas por partes que não
ruíram do imóvel, como a fachada e a parede dos fundos.
Segundo a Secretaria de Planejamento da cidade, o retorno
dos moradores somente será
autorizado quando não houver
mais riscos. A rua Velha, local
do acidente, está fechada para
pedestres e veículos.
O desabamento ocorreu por
volta das 18h30 de anteontem e
atingiu cinco imóveis vizinhos.
O prédio estava desocupado. As
vítimas eram vizinhos ou clientes de uma loja de ferragens
que existia ao lado. Entre os
mortos estão três crianças e
duas mulheres.
Peritos da Polícia Civil investigam a causa da tragédia. O
prédio estava condenado desde
agosto de 2005, quando um incêndio ocorrido durante conflito entre policiais militares e
sem-teto comprometeu a estrutura da obra.
Para a Defesa Civil, o vento e
a chuva que atingem a cidade
há cerca de uma semana podem
ter acelerado o processo de perda de resistência da estrutura.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar eventuais responsáveis pelas mortes. A prefeitura, que recebeu laudo técnico recomendando a interdição do edifício, nega responsabilidade. Segundo a administração, o imóvel é particular, e o
suposto proprietário, Júlio Cal
Vidal, foi notificado para que
interditasse e recuperasse a
construção. Nada foi feito.
Pesquisador da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Fortaleza
(CE), Vidal afirmou ontem que
não era mais o dono do prédio.
Ele disse ter vendido o imóvel há 20 dias, a um homem que
se identificou apenas como
"Alexandre". Vidal se recusou a
dar entrevista e não informou o
nome de seu advogado, que poderia explicar melhor sua versão sobre o caso.
Colaborou KAMILA FERNANDES, da Agência
Folha, em Fortaleza
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