São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Prefeitura interdita 18 casas próximas ao prédio que ruiu

Já são sete os mortos em razão de desabamento em Recife; peritos da Polícia Civil investigam as causas do acidente

Edifício estava condenado desde 2005, após incêndio ocorrido em conflito entre policiais e sem-teto; gestão nega ter responsabilidade


FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Prefeitura de Recife vai interditar a partir de hoje 18 casas localizadas nas imediações do prédio de três andares que desabou na noite de anteontem, no centro da cidade. Sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas no acidente.
As moradias, segundo a Defesa Civil, correm risco de serem atingidas por partes que não ruíram do imóvel, como a fachada e a parede dos fundos. Segundo a Secretaria de Planejamento da cidade, o retorno dos moradores somente será autorizado quando não houver mais riscos. A rua Velha, local do acidente, está fechada para pedestres e veículos.
O desabamento ocorreu por volta das 18h30 de anteontem e atingiu cinco imóveis vizinhos.
O prédio estava desocupado. As vítimas eram vizinhos ou clientes de uma loja de ferragens que existia ao lado. Entre os mortos estão três crianças e duas mulheres.
Peritos da Polícia Civil investigam a causa da tragédia. O prédio estava condenado desde agosto de 2005, quando um incêndio ocorrido durante conflito entre policiais militares e sem-teto comprometeu a estrutura da obra.
Para a Defesa Civil, o vento e a chuva que atingem a cidade há cerca de uma semana podem ter acelerado o processo de perda de resistência da estrutura. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar eventuais responsáveis pelas mortes. A prefeitura, que recebeu laudo técnico recomendando a interdição do edifício, nega responsabilidade. Segundo a administração, o imóvel é particular, e o suposto proprietário, Júlio Cal Vidal, foi notificado para que interditasse e recuperasse a construção. Nada foi feito.
Pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Fortaleza (CE), Vidal afirmou ontem que não era mais o dono do prédio.
Ele disse ter vendido o imóvel há 20 dias, a um homem que se identificou apenas como "Alexandre". Vidal se recusou a dar entrevista e não informou o nome de seu advogado, que poderia explicar melhor sua versão sobre o caso.


Colaborou KAMILA FERNANDES, da Agência Folha, em Fortaleza

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