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Apostila melhora nota de aluno em SP
Estudo mostra que estudantes de escolas públicas que usaram o sistema se saíram melhor na Prova Brasil
Diferença é que material tem indicação de conteúdos a serem dados aula por aula; uso do método cresceu
ANTÔNIO GOIS
DO RIO
Alunos de escolas públicas municipais de São Paulo
que usam apostilas de sistemas de ensino estatais ou privados se saem melhor que os
demais na Prova Brasil.
Esta é a conclusão de um
estudo que será apresentado
hoje no seminário Sala de
Aula Estruturada, organizado pela Fundação Lemann.
É o primeiro estudo empírico a identificar impacto significativo na nota dos alunos
e relacionar essa melhoria ao
uso de apostilas.
O uso de material elaborado por sistemas de ensino
tem crescido em São Paulo, e
hoje 46% dos municípios do
Estado utilizam o material
substituindo ou complementando livros didáticos.
São, em sua maioria, cidades de pequeno porte que
gastam de R$ 150 a R$ 200
por aluno por ano para usar
um sistema de ensino.
A principal diferença entre
o livro e um sistema é que, no
segundo caso, o material didático já vem estruturado,
com a indicação de conteúdos a serem dados aula por
aula. No caso do livro, cabe
principalmente ao professor
elaborar os planos de aula.
Os defensores do uso de
sistemas argumentam que
eles trazem orientações claras para os professores sobre
o planejamento das aulas. Os
críticos lembram que eles
não são avaliados pelo MEC
(como acontece com livros
didáticos) e representam um
gasto extra, já que os livros
são dados pelo ministério.
Ao analisar a Prova Brasil
de 2007 (exame federal que
avalia a qualidade da educação pública), os pesquisadores Paula Louzano, Francisco
Soares e Ana Carolina Zogbi
identificaram que escolas
que trabalham com as apostilas tiveram médias superiores em cinco pontos na escala da Prova Brasil em português e matemática.
"Se levarmos em conta
que a escala é elaborada considerando que a cada ano os
alunos progridem 12 pontos,
estamos falando de um impacto que representa praticamente meio ano letivo", explica Paula Louzano.
A comparação das notas
considera também outras características que, sabidamente, tem grande impacto
no rendimento dos alunos,
como escolaridade dos pais,
formação do professor ou infraestrutura da escola.
É como se fossem comparados só alunos com as mesmas características em escolas de perfil semelhante para, a partir daí, identificar o
impacto do uso de apostilas.
Além de grupos educacionais privados, a Prefeitura de
São Paulo e o governo do Estado também trabalham com
material próprio estruturado.
Esses sistemas públicos
são oferecidos a outros municípios -aumentando de 18
para 73 o número de secretarias usando as apostilas de
2009 para 2010. Já nas particulares, caiu de 229 para 218.
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