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WERNER GEMPERLI (1917-2010)
O inquieto empreendedor suíço
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Desde cedo, Werner Gemperli mostrou-se incansável.
Nascido em Zurique, na Suíça, ele se mudou ainda jovem
para a África, na companhia
de dois amigos. Na região da
atual Guiné, foram plantar
bananas, conta o filho Rolf.
Quando a Segunda Guerra
estourou, o rapaz decidiu
voltar a sua terra natal. Descobriu estar com malária, curou-se e foi convocado para o
Exército. Por ser bom atleta e
atirador, integrou a guarda
pessoal de um general.
Depois que o conflito acabou, Werner resolveu vir ao
Brasil, nos anos 40, após ter
tido um entrevero com o pai.
Veio casado com Marie, com
quem teve dois filhos -o casal se separou nos anos 60.
Trabalhou numa companhia suíça e, mesmo com o
fim do contrato, ficou aqui.
Nos anos 50, os outdoors
eram feitos de placas metálicas. Werner, inquieto e de espírito empreendedor, abriu
uma empresa que usava
"silkscreen" para imprimir
propagandas em tais painéis.
Foi, simultaneamente,
criando outras firmas, como
a Escrev-o-matic, produtora
de canetas inspiradas na Parker 51 e nas Bic. Teve ainda
uma fábrica de janelas.
Com o tempo, vendeu as
empresas e tocou apenas
suas fazendas. Com 80 anos,
mudou-se para Avaré, em
busca de qualidade de vida.
Culto, falava seis línguas,
e costumava enviar cartas
aos jornais reclamando dos
políticos. Em casa, gostava
de cultivar orquídeas.
Estava com a saúde debilitada há um ano. Morreu na
quarta, aos 93, deixando viúva, dois filhos, cinco netos e
uma bisneta. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na
igreja São José, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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