São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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WERNER GEMPERLI (1917-2010)

O inquieto empreendedor suíço

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Desde cedo, Werner Gemperli mostrou-se incansável. Nascido em Zurique, na Suíça, ele se mudou ainda jovem para a África, na companhia de dois amigos. Na região da atual Guiné, foram plantar bananas, conta o filho Rolf.
Quando a Segunda Guerra estourou, o rapaz decidiu voltar a sua terra natal. Descobriu estar com malária, curou-se e foi convocado para o Exército. Por ser bom atleta e atirador, integrou a guarda pessoal de um general.
Depois que o conflito acabou, Werner resolveu vir ao Brasil, nos anos 40, após ter tido um entrevero com o pai. Veio casado com Marie, com quem teve dois filhos -o casal se separou nos anos 60.
Trabalhou numa companhia suíça e, mesmo com o fim do contrato, ficou aqui.
Nos anos 50, os outdoors eram feitos de placas metálicas. Werner, inquieto e de espírito empreendedor, abriu uma empresa que usava "silkscreen" para imprimir propagandas em tais painéis.
Foi, simultaneamente, criando outras firmas, como a Escrev-o-matic, produtora de canetas inspiradas na Parker 51 e nas Bic. Teve ainda uma fábrica de janelas.
Com o tempo, vendeu as empresas e tocou apenas suas fazendas. Com 80 anos, mudou-se para Avaré, em busca de qualidade de vida.
Culto, falava seis línguas, e costumava enviar cartas aos jornais reclamando dos políticos. Em casa, gostava de cultivar orquídeas.
Estava com a saúde debilitada há um ano. Morreu na quarta, aos 93, deixando viúva, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na igreja São José, em SP.

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