São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Bruno acusa juíza de Minas de tentativa de extorsão

Segundo goleiro, ela e advogados pediram R$ 1,5 milhão para libertá-lo

Em depoimento a deputados mineiros, ele confirmou o que sua noiva tinha dito a comissão da Assembleia


RAPHAEL VELEDA
DE BELO HORIZONTE

O goleiro Bruno Fernandes disse ontem, em depoimento a deputados mineiros, que uma juíza e advogados tentaram extorquir R$ 1,5 milhão de sua família para que ele fosse libertado.
O ex-atleta, que está preso sob acusação de participar do desaparecimento de Eliza Samudio, sua ex-amante, reafirmou o que sua noiva, Ingrid Oliveira, 26, havia contado a parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia no dia 10.
Ao fim da sessão, os deputados decidiram propor uma CPI para apurar as denúncias. A comissão também convidou a juíza a prestar esclarecimentos.
Antes de começar a falar, Bruno -que estava com o uniforme vermelho da penitenciária Nelson Hungria, de Contagem (MG), onde cumpre prisão preventiva- chorou duas vezes.
Ele acusou de tentativa de extorsão a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), a quem, segundo ele, só viu uma vez, em outubro de 2010, durante uma audiência -em seu depoimento, porém, Ingrid dissera que Starling tinha visitado Bruno na cadeia à noite.
Bruno afirmou que a juíza o chamou a uma sala reservada, naquela ocasião, e lhe pediu que ficasse tranquilo porque tudo daria certo.
Segundo o atleta, Ingrid se encontrava com a juíza e o informava sobre as conversas das duas.
"No começo, eu acreditava em um trabalho limpo de pedido de habeas corpus. Mas depois mudou. Teríamos que pagar antes, ficou estranho."
Bruno disse que Ingrid lhe escreveu em 25 de fevereiro dizendo que o advogado dele, Cláudio Dalledone, "tinha aberto os olhos dela".
Dalledone, que também depôs ontem, afirmou que partiu dele a decisão de denunciar a extorsão.
Ele apresentou o vídeo de uma reunião que teve em fevereiro com Robson Pinheiro, então advogado de Bruno, para supostamente tratar do pedido de habeas corpus. O material, que estava inaudível, foi enviado para perícia.

DELEGADO
O ex-goleiro também fez acusações contra o delegado Edson Moreira, do DIHPP (Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa), que chefiou o inquérito.
"Na sala dele, sozinho comigo, ele pediu R$ 2 milhões para livrar minha cara e deixar tudo nas costas do Macarrão [Luiz Henrique Romão, amigo de Bruno] e do meu primo menor de idade."
O goleiro reafirmou que é inocente. "A senhorita Eliza saiu viva da minha casa. Em momento nenhum esteve em cárcere privado ou ficou no quarto amarrada ou foi espancada", disse.


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