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Caminhões usam mais a Bandeirantes
Medições mostram movimento de veículos pesados até 61% maior na avenida do que no trecho sul do Rodoanel
Infraestrutura falha, insegurança e trajeto até 35 km maior levam os caminhoneiros a preferir a Bandeirantes
DO "AGORA"
Os caminhões usam hoje
mais a avenida dos Bandeirantes (zona sul de SP) do
que o trecho sul do Rodoanel. Em medições ontem e no
dia 20 nas duas vias, o tráfego de veículos pesados foi de
31% a 61% maior na Bandeirantes, constatou a Folha.
Assim que foi inaugurado,
em abril, o trecho sul do Rodoanel reduziu em 40% o volume de caminhões na Bandeirantes. Bastaram dois meses e meio para parte do tráfego de veículos pesados retornar à avenida.
Insegurança, deficiências
na infraestrutura e um trajeto
até 35 quilômetros maior pesam na hora de evitar o Rodoanel -rodovia de R$ 5 bilhões criada, entre outras
coisas, para desafogar a avenida dos Bandeirantes.
O Rodoanel carece de infraestrutura, principalmente
na telefonia celular. O sinal é
falho ou inexistente ao longo
da via, o que provocou a proibição da circulação de cargas
valiosas por parte de gerenciadoras de risco, como mostrou a Folha em 27 de junho.
Não é possível fazer o monitoramento remoto.
Cabe às operadoras instalarem antenas no local, afirmou a Secretaria Estadual
dos Transportes.
Na terça-feira, dia 20, apenas seis carros da Polícia Rodoviária Estadual, com dois
homens cada um, faziam o
patrulhamento dos quase 60
km do trecho sul do Rodoanel. A pista também não tem
postos de combustível, oficinas e borracharias, que poderiam ser utilizados como
pontos de parada.
Presidente em exercício do
Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo),
Manoel Sousa Lima Júnior
faz ressalvas ao trecho sul do
Rodoanel. "É uma alternativa que tem muitos agravantes. É uma obra bacana, muito linda, onde foi gasto muito
dinheiro, mas a gente não
pode usar adequadamente."
Caminhoneiros dizem evitar o Rodoanel à noite, por
medo de assaltos. Em junho,
a Folha relatou o caso do motorista Nivaldo Aparecido
Quepe, 31, que afirma ter sido
roubado em R$ 400 ao parar
no acostamento à noite.
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