São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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Caminhões usam mais a Bandeirantes

Medições mostram movimento de veículos pesados até 61% maior na avenida do que no trecho sul do Rodoanel

Infraestrutura falha, insegurança e trajeto até 35 km maior levam os caminhoneiros a preferir a Bandeirantes

DO "AGORA"

Os caminhões usam hoje mais a avenida dos Bandeirantes (zona sul de SP) do que o trecho sul do Rodoanel. Em medições ontem e no dia 20 nas duas vias, o tráfego de veículos pesados foi de 31% a 61% maior na Bandeirantes, constatou a Folha.
Assim que foi inaugurado, em abril, o trecho sul do Rodoanel reduziu em 40% o volume de caminhões na Bandeirantes. Bastaram dois meses e meio para parte do tráfego de veículos pesados retornar à avenida.
Insegurança, deficiências na infraestrutura e um trajeto até 35 quilômetros maior pesam na hora de evitar o Rodoanel -rodovia de R$ 5 bilhões criada, entre outras coisas, para desafogar a avenida dos Bandeirantes.
O Rodoanel carece de infraestrutura, principalmente na telefonia celular. O sinal é falho ou inexistente ao longo da via, o que provocou a proibição da circulação de cargas valiosas por parte de gerenciadoras de risco, como mostrou a Folha em 27 de junho. Não é possível fazer o monitoramento remoto.
Cabe às operadoras instalarem antenas no local, afirmou a Secretaria Estadual dos Transportes.
Na terça-feira, dia 20, apenas seis carros da Polícia Rodoviária Estadual, com dois homens cada um, faziam o patrulhamento dos quase 60 km do trecho sul do Rodoanel. A pista também não tem postos de combustível, oficinas e borracharias, que poderiam ser utilizados como pontos de parada.
Presidente em exercício do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo), Manoel Sousa Lima Júnior faz ressalvas ao trecho sul do Rodoanel. "É uma alternativa que tem muitos agravantes. É uma obra bacana, muito linda, onde foi gasto muito dinheiro, mas a gente não pode usar adequadamente."
Caminhoneiros dizem evitar o Rodoanel à noite, por medo de assaltos. Em junho, a Folha relatou o caso do motorista Nivaldo Aparecido Quepe, 31, que afirma ter sido roubado em R$ 400 ao parar no acostamento à noite.


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