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PARAGUASSÚ DE MOURA BRIZOLA
(1916-2010)
De homem pacato a preso político
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando seu pai morreu,
na Revolução de 1923 na luta
contra os partidários de Borges de Medeiros, governador
do Rio Grande do Sul, Paraguassú de Moura Brizola tornou-se o homem da casa.
Aos sete, era o menino
mais velho e o segundo dos
cinco filhos de José e Oniva,
todos nascidos no povoado
de Cruzinha (RS).
Desde cedo trabalhou para
que Leonel, caçula da família, pudesse ter uma educação de qualidade.
Aos 10 anos, foi morar na
casa da avó em Passo Fundo
(RS), onde concluiu a educação primária. Mais tarde, foi
trabalhar na Viação Férrea
do Rio Grande do Sul, programando linhas.
Quase com 30 anos, reconheceu num baile do clube
comercial a jovem que lhe
encantara na prainha do córrego da cidade. Cornélia tinha 16 anos quando se casaram em 1946.
Em 1964, no começo da ditadura militar, o homem simples e trabalhador foi preso
duas vezes por 30 dias. O motivo: era irmão de Leonel Brizola, deputado federal da ala
radical do PTB e forte candidato à Presidência.
Nunca revelou à família ao
certo o que se passou na prisão militar, mas não se esqueceu dos gritos de horror
dos torturados. Nos 15 anos
de exílio de Leonel, visitou o
irmão em todos os anos em
que ele esteve no Uruguai.
Aposentou-se e foi dedicar-se a uma granja onde
plantava trigo, soja e aveia,
além de manter um pomar.
Último dos irmãos ainda
vivo, morreu na quinta-feira
(22) de insuficiência pulmonar, em Passo Fundo, deixando mulher, duas filhas,
cinco netos e dois bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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