São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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PARAGUASSÚ DE MOURA BRIZOLA
(1916-2010)


De homem pacato a preso político

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando seu pai morreu, na Revolução de 1923 na luta contra os partidários de Borges de Medeiros, governador do Rio Grande do Sul, Paraguassú de Moura Brizola tornou-se o homem da casa.
Aos sete, era o menino mais velho e o segundo dos cinco filhos de José e Oniva, todos nascidos no povoado de Cruzinha (RS).
Desde cedo trabalhou para que Leonel, caçula da família, pudesse ter uma educação de qualidade.
Aos 10 anos, foi morar na casa da avó em Passo Fundo (RS), onde concluiu a educação primária. Mais tarde, foi trabalhar na Viação Férrea do Rio Grande do Sul, programando linhas.
Quase com 30 anos, reconheceu num baile do clube comercial a jovem que lhe encantara na prainha do córrego da cidade. Cornélia tinha 16 anos quando se casaram em 1946.
Em 1964, no começo da ditadura militar, o homem simples e trabalhador foi preso duas vezes por 30 dias. O motivo: era irmão de Leonel Brizola, deputado federal da ala radical do PTB e forte candidato à Presidência.
Nunca revelou à família ao certo o que se passou na prisão militar, mas não se esqueceu dos gritos de horror dos torturados. Nos 15 anos de exílio de Leonel, visitou o irmão em todos os anos em que ele esteve no Uruguai.
Aposentou-se e foi dedicar-se a uma granja onde plantava trigo, soja e aveia, além de manter um pomar.
Último dos irmãos ainda vivo, morreu na quinta-feira (22) de insuficiência pulmonar, em Passo Fundo, deixando mulher, duas filhas, cinco netos e dois bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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