São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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FOCO

Dono do Sabin abre colégio no Butantã para 1.500 alunos

FABIANA REWALD
DE SÃO PAULO

Mil e quinhentos alunos. Dez mil metros quadrados de área construída. E um ensino com foco no vestibular. Os dados dão uma rápida ideia do perfil do colégio Vital Brazil, que abre em 2012 no Butantã (zona oeste de SP).
A cidade não ganhava uma escola desse porte desde 2007, segundo a Secretaria Estadual da Educação.
Os donos do Vital Brazil são os mesmos do Albert Sabin, também na zona oeste. Mas há diferenças. Enquanto o Sabin tem atividades no contraturno, o Vital Brazil é "sequinho", diz seu mantenedor, Gisvaldo de Godoi.
Aos 66 anos, ele foge do padrão "dono de escola badalada". Nascido em Jequiri (MG), veio a São Paulo aos 14 para trabalhar como servente de obra. Só fez faculdade (administração) após passar num concurso do Banco do Brasil. Em 1978, montou uma construtora que viria a erguer o Sabin, em 1993.
Com 2.600 alunos e mais de 600 na lista de espera, o Sabin só se tornou mais conhecido após alcançar o topo do ranking do Enem -ficou em 10º em 2009.
O Vital Brazil tende a seguir o mesmo caminho, já que admite ter um foco no vestibular até maior do que o "irmão mais velho".
Essa preocupação das escolas não é segredo. Mas é raro um colégio admiti-la. "Quando uma escola diz que é voltada para o vestibular, está sendo transparente. Mas, como educadora, eu lamento", diz Silvia Colello, professora de pedagogia da USP. "Muitos alunos passam no vestibular, mas não têm maturidade intelectual para seguir a vida universitária."
Godoi explica que considera o Vital Brazil mais voltado para o vestibular porque seu ensino médio é integral e carrega nas disciplinas obrigatórias. No Sabin, as aulas à tarde são opcionais e há ainda o programa de esportes e cultura -com modalidades que vão de judô a teatro.
Godoi diz que o programa encarece a mensalidade. Por isso, ele pretende atender com a nova escola famílias que não se interessam pelas atividades do contraturno.
Roseli Fischmann, coordenadora da pós-graduação em educação da Metodista, lembra que muitos pais preferem que os filhos vivam experiências distintas das oferecidas na escola, o que é bom.
Mas ela também critica a atenção exagerada às disciplinas obrigatórias desde a infância. "A escola deve oferecer o melhor possível para cada momento da vida."


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