São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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AMBIENTE

Captação em rio é estudada como alternativa à exploração de um dos maiores mananciais de água subterrânea do mundo

Redução rápida de aqüífero leva a projeto com Mercosul

AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Com sua reserva 40 metros mais baixa devido à intensa captação para consumo público, o aqüífero Guarani se transformou em alvo de um projeto-piloto de preservação que mobiliza os integrantes do Mercosul e o Daee, órgão estadual que gerencia os recursos hídricos de São Paulo.
Reduzir os vazamentos na rede de captação de água, impedir a construção de poços, diminuir o consumo por habitante e usar fontes alternativas são algumas idéias em discussão visando impedir o esgotamento do aqüífero.
Com 1,2 milhão de km2, o aqüífero Guarani é um dos maiores mananciais de água subterrânea do mundo. A reserva abastece oito Estados brasileiros -71% dela está no Brasil-, além do Paraguai, do Uruguai e da Argentina.
O projeto-piloto receberá US$ 181,1 mil do GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente).
Segundo o geólogo Osmar Sinelli, 68, integrante do comitê técnico do projeto, o rebaixamento vem ocorrendo continuamente nos últimos 30 anos em razão de uma retirada maior de água do que a resposta pelas chuvas. A profundidade média do aqüífero é de 250 metros.
Na cidade de Ribeirão Preto, por exemplo, 100% do abastecimento é feito pelo aqüífero. Há 99 poços artesianos na cidade.
"No distrito industrial queriam construir três poços. Permitimos um. Se for ultrapassada a cota estipulada, deverá ser feita a retirada de água do rio Pardo", disse a presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, Simone Kandratavicius, sobre a alternativa ao uso do aqüífero.
Segundo o diretor do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica) e secretário-executivo do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Celso Perticarrari, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos irá votar ainda neste ano as áreas de restrição à captação de água no Estado de São Paulo. "O cerco está se fechando."


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