DA REVISTA

Quem poderia imaginar que na metade dos anos de 1990 as pistas de dança de São Paulo, dominadas pela música eletrônica, seriam o palco de futuros talentos da moda? Nem os jogos de luzes dos clubes embaralharam a visão do então jornalista André Hidalgo, que começou a botar reparo nas roupas de freqüentadores.
"Naquela época, eles faziam roupas para dançar e para os amigos", lembra Hidalgo. "Percebi que existia um clã talentoso na noite paulistana que pouca gente conhecia", conta. Um dia, Hidalgo perguntou para os amigos porque eles não organizavam um desfile para apresentar ao público. Eles responderam com outra pergunta: por que não faz você?"
Foi assim que surgiu a primeira edição da Casa de Criadores, no inverno de 1997. Seis candidatos a estilistas, entre eles Marcelo Sommer e Lourenço Merlino, participaram do evento, que não parou mais. Segundo Hidalgo, hoje diretor artístico da Casa de Criadores, até agora foram realizados mais de 200 desfiles com 96 estilistas para um público estimado em 180 mil pessoas.
"O evento se profissionalizou. Nem eu era capaz de prever. O que aparentemente começou como uma brincadeira virou business, um negócio que emprega, exporta, movimenta." O crescimento, afirma Hidalgo, não fez com que a Casa se descaracterizasse. "É incrível ver uma pessoa bater na sua porta com três "desenhinhos" e se tornar um sucesso de crítica e público. Este é nosso papel", completa.
Não só. Em sua 18ª edição, a Casa de Criadores está realizando o pré-lançamento da campanha de prevenção ao câncer de mama do Instituto de Desenvolvimento Social de São Paulo. Promove ainda a reedição do projeto Coração na Moda. Estilistas foram convidados a desenvolver camisetas inspiradas no tema coração, usando personagens da Turma da Mônica, do cartunista Maurício de Sousa. O modelo mais votado pelo público será produzido. A renda vai ser revertida para a reforma da UTI pediátrica do Incor. (RO)

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