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Cariocas festejam demolição de passarela em Ipanema
DA SUCURSAL DO RIO
"A que horas será a festa?",
pergunta o advogado carioca
Carlos Magno, 64. A festa a
que ele se refere é o que a
prefeitura chama de demolição: vai abaixo, amanhã, a
passarela da esquina da rua
Visconde de Pirajá com a av.
Henrique Dumont, em Ipanema, zona sul do Rio.
Passarela, no entanto, não
é o nome mais adequado à
obra, que não pode ser usada
para que os pedestres cruzem a pista. Embora haja degraus na pequena ponte de
ferro sustentada por largos
pilares de concreto pintados
de amarelo ovo, não há nada
que ligue a obra ao chão.
O elefante branco foi construído em 1996, na gestão
Cesar Maia. E sua (falta de)
utilidade é motivo de piada
para os moradores do bairro.
O prédio em frente à passarela, por exemplo, enviou
dois abaixo-assinados à prefeitura pela demolição.
"Pedi até para falar com o
arquiteto [Paulo Casé, autor
do projeto], para saber se ia
virar uma passarela mesmo
em algum momento ou se
iam demolir", diz o síndico,
Almir Matos Barbosa, 69.
Casé não atendeu à reportagem da Folha. Além da
passarela, o projeto criou
um obelisco no meio do cruzamento das ruas -ele não
será demolido. Juntas, as
duas obras serviriam para
demarcar o ponto em que os
antigos bondes da zona sul
faziam o retorno.
"O bonde dava a volta
aqui, e a gente ficava no bar
Vinte [vizinho ao obelisco]",
lembra Carlos Magno, que
estudou na região nos anos
50. "Se a ideia era fazer um
monumento, não deu certo",
avalia.
(AUDREY FURLANETO)
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