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SP cria corregedorias para Saúde e Educação
Órgãos farão inspeções para checar licitações, regularidade de obras e conservação e funcionamento de escolas e hospitais
Pastas enfrentam, desde o ano passado, suspeitas de corrupção e problemas como a compra de livros com erros elementares
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB)
criou ontem corregedorias específicas para as secretarias da
Saúde e da Educação. Os órgãos
farão blitze para verificar, por
exemplo, a regularidade nas
obras, reformas e licitações, a
limpeza e a conservação dos
prédios, entre outros pontos.
As novas corregedorias ficarão vinculadas à Corregedoria
Geral da Administração, que,
por sua vez, responde diretamente ao secretário Aloysio
Nunes Ferreira (Casa Civil).
São as duas áreas em que o
Estado enfrenta, desde o ano
passado, suspeitas de corrupção, como em licitações de remédios e produtos hospitalares, além de constrangimentos
em razão de falta de controle
em compras na Educação.
A Folha questionou o motivo de o Estado não criar corregedorias para outras secretarias, como Transportes, Habitação e Transportes Metropolitanos, também objeto de suspeitas de corrupção.
De acordo com a Casa Civil,
essas pastas já contam, em suas
próprias estruturas, com sistemas de controle, além do Tribunal de Contas e do Departamento de Controle e Avaliação
da Secretaria da Fazenda.
A Educação adquiriu apostilas com erros elementares e livros que traziam palavrões e
expressões de cunho sexual,
que foram recolhidos.
É a segunda mudança feita
nesta semana em órgãos de
controle interno por Serra,
que, na quarta-feira, vinculou a
Corregedoria Geral da Polícia
Civil ao gabinete do secretário
da Segurança Pública.
Na Saúde, o objetivo, conforme a assessoria do governador,
é vistoriar o cumprimento de
normas em hospitais e intensificar o combate aos desvios de
medicamentos.
Desde o ano passado, duas
operações da Polícia Civil desmontaram quadrilhas suspeitas de cometer fraudes em
compras de medicamentos e
produtos hospitalares.
Neste ano, a operações da
Polícia Civil desmontaram
uma suposta quadrilha que
fraudava licitações e entregava
material de segunda linha a
unidades hospitalares.
Já na Educação, além dos
problemas com material didático, o TCE condenou mais de
uma dezena de contratos de
obras de escolas feitos pela
FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação).
O governo também pretende
implantar um controle mais rigoroso da falta de funcionários
na Educação. O secretário Paulo Renato afirma que a ausência de professores é muito alta.
A Folha tentou entrevistar o
secretário da Casa Civil, mas,
segundo sua assessoria, Aloysio estava se preparando para
viajar e não poderia comentar a
criação dos órgãos.
O procurador Rubens Rizek,
presidente da Corregedoria
Geral da Administração, divulgou que pretende implantar
mecanismos de prevenção.
"Os corregedores farão inspeções programadas com o intuito de prevenir, e não reprimir."
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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