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GERALDO MAYRINK (1942-2009)
Escrevia sem sofrimento, com humor, graça e leveza
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Os jornalistas, em geral,
escrevem penosamente. Alguns escrevem sem sofrimento nenhum, mas transferem
esse sofrimento para o leitor.
Geraldo Mayrink produzia
coisas notáveis, sem sofrimento para ele ou para quem
lia seus textos", afirma o amigo e colega de profissão Humberto Werneck.
Mayrink foi um jornalista
completo: capaz de pensar em
boas reportagens, realizá-las
e editá-las. O resultado final
era um texto de absoluta graça e leveza, lembra o amigo.
Em 1972, descreveu assim
Mané Garrincha para uma reportagem da revista "Veja":
"Suas pernas formavam um
arco. A esquerda, onde a deformação era mais notável, tinha seis centímetros mais
que a outra. Já era um milagre
que andasse. Inadmissível
que jogasse futebol".
Mayrink começou a carreira em Juiz de Fora (MG), sua
cidade natal, no semanário
"Binômio", uma espécie de
precursor do "Pasquim".
Passou pelas redações da
revista "Manchete" e pelos
jornais "O Globo" e "Jornal
do Brasil", no RJ. Mudou-se
para a "Veja", em São Paulo,
em 1968, após ser convidado
pelo jornalista Mino Carta
para participar da equipe de
fundação da revista.
Exerceu a profissão por 46
anos. Havia três, lutava contra um câncer de pulmão e de
boca. Morreu anteontem à
tarde, em São Paulo.
Deixou a mulher e um casal
de filhos. A missa de sétimo
dia será quarta-feira, às 9h, na
igreja Nossa Senhora de Fátima, em Pinheiros, na zona
oeste da cidade.
coluna.obituario@uol.com.br
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