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Obras vão afetar a Tamoios nas férias
Principal acesso ao litoral norte de SP será recapeado para eliminar buracos; interdições ocorrerão na alta temporada
Secretário de Estado dos Transportes reconhece transtornos, mas diz que evitará bloqueios aos finais de semana
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
Boa notícia: a pista da rodovia dos Tamoios terá seu
maior programa de recapeamento desta década para eliminar os trechos esburacados e remendados que atrapalham a viagem dos motoristas no principal acesso ao
litoral norte de São Paulo.
Má notícia: as obras serão
realizadas em plena alta temporada, durante as férias de
verão, inclusive com interrupções temporárias do tráfego no decorrer da semana.
A decisão foi tomada pelo
governo paulista. A licitação
está em curso e, nas próximas semanas, será concluída
a contratação da empresa para recapear e sinalizar um total de 53 km -dois terços de
toda a extensão da Tamoios.
"Não tem jeito de fazer
uma obra sem ter algum
transtorno. Vamos cuidar para que ela seja feita da forma
menos crítica possível", afirma Mauro Arce, secretário de
Estado dos Transportes.
Haverá bloqueios em alguns pontos -com liberação
de um sentido por vez e placas "pare" e "siga"-, do km
11 ao km 64, no planalto.
Arce, porém, diz que eles
não serão feitos aos finais de
semana, nas manhãs de segunda e tardes de sexta,
quando há mais lentidão.
As intervenções na rodovia devem começar entre outubro e novembro -com prazo de término de seis meses.
Mas por que não fizeram a
obra antes? Por que deixá-la
para as férias de verão?
O secretário Arce nega erro
de planejamento. Primeiro,
diz que haveria transtorno
em qualquer época -e que
também há picos de tráfego
em julho e outros feriados.
Além disso, afirma que
houve "um processo de deterioração mais acelerado" nos
últimos meses pela presença
de caminhões pesados que
prestam serviços para a Petrobras. "A estrada já esteve
melhor do que está", diz.
Nos trechos de serra, a movimentação na Tamoios supera a soma de veículos das
duas principais rotas alternativas ao litoral norte -Mogi
Bertioga e Oswaldo Cruz-,
que já tiveram interdições devido à queda de barreiras.
O Estado afirma que a última recuperação do pavimento da estrada ocorreu cinco
anos atrás, mas só na serra.
De lá para cá houve manutenções de rotina, como serviços de tapa-buraco -que,
diz Arce, continuarão até as
férias. "Teve reparo com qualidade questionável", afirma
Ernane Primazzi (PSC), prefeito de São Sebastião.
NÃO PARE NA PISTA
Não é à toa que quem percorre a rodovia, como fez a
Folha na última semana, encontra não só ondulações e
remendos, mas buracos de
mais de um metro de largura.
O risco é agravado pelo
uso improvisado e liberado
pelo Estado de boa parte do
acostamento da estrada
-para melhorar a fluidez.
Ou seja, em caso de pane
ou pneu furado, os veículos
às vezes não ficam nem separados do resto do tráfego.
A Tamoios também possui
obras de construção de duas
pontes, no km 18 e no km 28,
para evitar um estreitamento
da pista que ocorre atualmente nesses pontos.
Elas devem ser entregues
no final deste ano -com
atraso de quase dez meses.
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