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Psiquiatra defende tratamento a criminoso
DE SÃO PAULO
O tratamento médico de
agressores sexuais seria mais
eficaz no combate à pedofilia
do que a criação do cadastro
de pedófilos, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Uma das principais justificativas do projeto de lei para
criar esse banco é que a condição não desaparece apenas
com a repressão penal.
A senadora diz concordar
com a necessidade de tratamento, mas o projeto não
oferece nenhuma alternativa
desse tipo para os agressores.
O psiquiatra Danilo Baltieri, do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC,
afirma que a prisão é necessária, mas não resolve o problema. "A maioria que é presa sai das penitenciárias sem
qualquer tipo de intervenção
psicossocial que possa reduzir a reincidência criminal."
Ele diz que é preciso treinar equipes médicas e psicólogos para atender melhor os
pacientes e, consequentemente, prevenir comportamentos inadequados.
"Em geral, a sociedade
olha para esses indivíduos
como monstros. Mas muitos
padecem de doença cujo
controle não é possível sem
tratamento. Muitos procuram, mas não o encontram."
O projeto brasileiro é inspirado em ideia implementada
na Flórida (EUA).
O advogado Ariel de Castro destaca a necessidade de
haver um acompanhamento
dos agressores sexuais após
eles saírem das prisões, por
meio de um cadastro acessível apenas pelos órgãos públicos interessados.
Para o psiquiatra Mauro
Aranha, é preciso pensar em
formas de proteção à sociedade que não somente criminalizem pessoas que também precisam ser tratadas.
De acordo com Aranha, os
pais precisam ficar atentos
ao comportamento dos filhos, às suas companhias e
aos sites que acessam para
perceber se eles podem estar
sendo aliciados por pedófilos.
(LB)
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