São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010

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Psiquiatra defende tratamento a criminoso

DE SÃO PAULO

O tratamento médico de agressores sexuais seria mais eficaz no combate à pedofilia do que a criação do cadastro de pedófilos, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Uma das principais justificativas do projeto de lei para criar esse banco é que a condição não desaparece apenas com a repressão penal.
A senadora diz concordar com a necessidade de tratamento, mas o projeto não oferece nenhuma alternativa desse tipo para os agressores.
O psiquiatra Danilo Baltieri, do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que a prisão é necessária, mas não resolve o problema. "A maioria que é presa sai das penitenciárias sem qualquer tipo de intervenção psicossocial que possa reduzir a reincidência criminal."
Ele diz que é preciso treinar equipes médicas e psicólogos para atender melhor os pacientes e, consequentemente, prevenir comportamentos inadequados.
"Em geral, a sociedade olha para esses indivíduos como monstros. Mas muitos padecem de doença cujo controle não é possível sem tratamento. Muitos procuram, mas não o encontram."
O projeto brasileiro é inspirado em ideia implementada na Flórida (EUA).
O advogado Ariel de Castro destaca a necessidade de haver um acompanhamento dos agressores sexuais após eles saírem das prisões, por meio de um cadastro acessível apenas pelos órgãos públicos interessados.
Para o psiquiatra Mauro Aranha, é preciso pensar em formas de proteção à sociedade que não somente criminalizem pessoas que também precisam ser tratadas.
De acordo com Aranha, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos, às suas companhias e aos sites que acessam para perceber se eles podem estar sendo aliciados por pedófilos. (LB)


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