São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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"Maníaco" do rock some perto de ponte

DA AGÊNCIA FOLHA

No dia 1º de fevereiro de 1995, Richard James Edwards deixou o hotel Embassy, em Londres, e pegou seu carro em direção a Cardiff, onde tinha um apartamento. Lá deixou seu cartão e vidros do Prozac receitado para depressão crônica. Nenhuma mensagem.
Na noite seguinte, o Vauxhall Cavalier foi encontrado estacionado perto da ponte Severn, cenário costumeiro das investigações de suicídio no Reino Unido. O jovem de 28 anos nunca mais foi visto.
Mas, graças ao detalhe de ser um dos líderes da banda galesa Manic Street Preachers e de ter sumido quando o grupo recebia aclamação pelo disco "The Holy Bible", o sumiço de Richey, como era chamado, ganhou status de mito urbano.
Não que o sumiço em si fosse uma surpresa. Richey era autor de letras terrivelmente sombrias sobre a condição humana. Ex-estudante de história, marxista frustrado, via com desgosto os rumos do mundo pós-Guerra Fria e de sua geração.
O Manics surgiu no começo da década de 90 e tinha em Richey, com sua perturbação, seus surtos psicóticos e seu alcoolismo, sua alma.
Com o incidente, em vez de desaparecer também, o Manics só fez crescer. Hoje, sem ninguém no lugar de Richey, é uma das bandas mais populares da Europa.
Talvez por isso, as "aparições" de Richey viraram rotina. Foi visto como barman em uma biboca nas Ilhas Canárias e DJ de rave em Goa.


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